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O dólar fechou em alta ante o real nesta segunda-feira (23) pela segunda sessão seguida, com retomada dos temores em relação à situação da Espanha e da Grécia, que fizeram investidores evitarem ativos de risco e buscarem segurança na moeda norte-americana.

O dólar encerrou com valorização de 0,92%, cotado a R$ 2,0420 na venda. A moeda fechou próxima da máxima da sessão, de R$ 2,0460, quando chegou a subir 1,12% pela manhã.

"O que está pesando é essa piora do cenário externo, continua a preocupação com a Espanha e como salvar o país. A aversão a risco aumentou bastante e o real acompanhou essa valorização do dólar lá fora", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio, Reginaldo Galhardo.

A economia da Espanha caiu ainda mais em recessão no segundo trimestre do ano. O banco central espanhol afirmou nesta segunda-feira que a economia do país encolheu 0,4% no segundo trimestre na comparação com o primeiro, depois de ter sofrido uma contração de 0,3% nos três primeiros meses do ano.

Reportagens publicadas durante o fim de semana também mostraram que a região de Múrcia pedirá assistência financeira ao governo central da Espanha, com outras seis regiões prontas para seguir os passos tomados por Valência na sexta-feira.

Em meio as notícias ruins sobre a Espanha, o regulador do mercado acionário do país ainda proibiu por um período de três meses vendas a descoberto sobre todos os ativos espanhóis. O objetivo é desencorajar negociações especulativas. A mesma medida também foi adotada na Itália.

Além da Espanha, a Grécia voltou a chamar a atenção do investidores em função do receio de que o país possa precisar de uma maior ajuda financeira.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), no entanto, tentou amenizar os temores ao dizer que irá ajudar a Grécia a superar seus problemas, sendo que uma missão do FMI deve se reunir com autoridades gregas na terça-feira para discutir como colocar o programa econômico do país em ordem.

Essa piora externa fez as bolsas terem fortes quedas e o dólar a se valorizar também ante outras moedas. Às 17h53 (horário de Brasília), a moeda norte-americana tinha alta de 0,26% ante uma cesta de divisas.

O operador de câmbio Marcos Trabbold, da B&T Corretora de Câmbio, acredita que o cenário externo ainda pode trazer uma pressão de alta para o dólar ante o real, mas vê a moeda oscilando entre uma banda informal entre R$ 2 e R$ 2,10.

"O governo já avisou que não quer a moeda abaixo de R$ 2 e também não quer acima de R$ 2,10", disse o operador.

Quando o dólar foi negociado abaixo de R$ 2 no início deste mês, o diretor Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, declarou que esse nível poderia ser prejudicial para a indústria brasileira e alertou que o BC poderia atuar comprando dólares no mercado futuro caso fosse necessário.

Anteriormente, o BC também fez diversas intervenções, por meio de leilões de swap cambial tradicional --operação que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro--, quando a moeda se aproximou do patamar de R$ 2,10, o que foi entendido pelo mercado como uma indicação de que a autoridade monetária não quer a moeda acima desse patamar.

Nesta segunda-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, reafirmou que o BC atuará no câmbio se houver volatilidade que impeça o funcionamento adequado do mercado. Os comentários de Tombini foram feitos em teleconferência para jornalistas estrangeiros.

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