O dólar fechou com forte alta ante o real nesta segunda-feira (21), acima de 1%, descolado do movimento externo e com o mercado testando patamares mais elevados da moeda norte-americana. Segundo operadores, esse movimento ocorreu para tentar saber quando o Banco Central voltará a atuar.
O dólar subiu 1,38%, para R$ 2,0463 na venda, a maior cotação desde 18 de maio de 2009, quando fechou a R$ 2,076. Durante a sessão, a moeda oscilou entre R$ 2,0208 e R$ 2,0495.
"O movimento do mercado hoje é pura especulação. Não há motivo para o dólar estar tão forte e tão alto ante o real", disse um operador de câmbio que prefere não ser identificado.
A trajetória do dólar ante a divisa brasileira não acompanhou o exterior. Frente a uma cesta de divisas, por exemplo, a moeda norte-americana tinha, às 17h50 (horário de Brasília), queda de 0,40%.
Na sexta-feira, diante também de um movimento especulativo, o BC fez um leilão de swap tradicional, após a moeda atingir a máxima de R$ 2,0577 e subir mais de 2%. Na ocasião, o BC vendeu todos os 13 mil contratos de swap ofertados.
O diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros, também diz acreditar que o mercado testou se o BC voltaria a fazer um leilão de swap, mas aparentemente a autoridade monetária não viu uma distorção como na sexta-feira.
"Na sexta-feira, o que notamos foi uma aceleração acentuada e rápida e o BC não gosta desse tipo de movimento. Também houve rumores de saídas maiores de dólares, com o mercado tendo um volume grande, o que não aconteceu hoje", afirmou.
Para os próximo dias, Medeiros afirma que está difícil apontar qual será a tendência da moeda norte-americana, mas afirma esperar que o BC deva ficar atento ao câmbio e de olho em um impacto inflacionário, apesar de o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dizer que esse impacto é moderado.
O dólar subiu ante o real em seis das últimas sete sessões, e no mês de maio já acumula valorização de 7,30%.
Tombini afirmou nesta segunda-feira, em evento em São Paulo, que o repasse da alta do dólar para a inflação tem diminuído ao longo do tempo, e que, até o momento, tem sido "moderado". O presidente do BC ainda disse que a economia deve crescer mais em 2013 do que neste ano.
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