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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda, acompanhando o mercado americano, que foi influenciado pela queda dos papéis de tecnologia nos Estados Unidos. O dólar que chegou a atingir R$ 1,785, caindo abaixo de R$ 1,80 pela primeira vez em mais de sete anos, fechou em ligeira alta de 0,06%, a R$ 1,805.

O Ibovespa encerrou o dia em baixa de 1,17%, a 62.456 pontos, depois de ter passado grande parte da sessão em alta e ter ultrapassado os 64 mil pontos pela primeira vez na história. O volume financeiro era de R$ 5.875 bilhões.

Nos Estados Unidos, as bolsas também fecharam em baixa depois de passar boa parte do dia em alta. A queda foi puxada pelas empresas de tecnologia, que despencaram. Os papéis da Apple chegaram a ter baixa de 7%. Com isso, a maior baixa foi da Bolsa eletrônica Nasdaq, de 1,40%. O índice Dow Jones fechou com recuo de 0,45% e o SP 500, de 0,52%.

O economista-chefe da consultoria financeira Lopes Filho, Julio Hegedus Netto, avalia que a queda foi uma realização de lucros, com investidores vendendo seus papéis para embolsar os ganhos. Essa realização , segundo ele, foi iniciada com uma instituição financeira americana que começou a se desfazer de suas ações das empresas de tecnologia.

- A queda começou com o setor de tecnologia nos Estados Unidos. E agora tudo é pretexto para realizar lucros - afirmou Hegeduss Netto.

No incício do dia, o bom humor era alimentado por notícias positivas sobre a economia dos Estados Unidos e da Europa. Foi anunciado o número de novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, que somaram 308 mil na semana passada, 12 mil a menos do que a marca registrada uma semana antes (320 mil, número revisto).

Na Europa, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, afirmou que o crescimento econômico na zona do euro e no mundo continua robusto, apesar da recente volatilidade dos mercados financeiros.

Na avaliação de Gerson de Nobrega, gerente da tesouraria do Banco Alfa de Investimento, os leilões de compra da moeda americana realizados pelo Banco Central nos últimos dias enxugaram um volume pequeno de dólares do mercado. Isso diminuiu a resistência da moeda ao piso informal (R$ 1,80), que foi sustentado na última sessão por operações no mercado de derivativos.

Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora Liquidez, avalia que o dólar mantém a tendência negativa mesmo após a quebra do patamar de R$ 1,80.

- Pode até vir a cair mais um pouco ao longo do mês, a gente tem muita expectativa de entrada (de dólares) para a bolsa. A expectativa é que, no curto prazo, ele possa vir a testar o patamar de R$ 1,75 - estimou, ressalvando um possível reforço nas atuações do BC no mercado à vista.

Um dos destaques da Bovespa eram os papéis ON da Telemar. Logo após o fracasso de mais uma tentativa do leilão de compra das ações preferenciais, dentro do programa de reestruturação acionária da Oi , as ordinárias da empresa chegaram a subir mais de 6%, mas fecharam com valorização de 1,42%. As PN caíram 2,20%, a R$ 39,12.

Na avaliação do gestor de renda variável da Meta Asset Management, Rafael Moyses, os investidores estariam migrando das ações PN (que estavam valorizadas pela possibilidade de compra no leilão por R$ 45) para as ON. Além disso, segundo ele, aumentaram as apostas de uma eventual fusão da Telemar com a Brasil Telecom.

Moyses lembra que, além do bom humor no mecado externo, influencia o pregão da Bovespa a expectativa em relação ao vencimento de contratos de opções na segunda-feira.

Na quarta-feira, a Bovespa terminou o pregão em baixa, mas permanceu acima dos 63 mil pontos.

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