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O dólar fechou em alta nesta quinta-feira, em reação a um leilão surpresa de swap cambial reverso e à desvalorização no mercado externo de moedas ligadas a commodities.

O dólar terminou o dia a 1,679 real, com alta de 0,48 por cento. Enquanto o mercado brasileiro fechava, o euro operava em leve queda, perto de 1,37 dólar, e divisas ligadas a matérias-primas, como o dólar australiano, exibiam queda em relação à divisa dos Estados Unidos.

A taxa de câmbio passou a subir no final da manhã, quando o Banco Central anunciou um leilão de swap reverso. A operação, equivalente a uma compra de dólares no mercado futuro, pegou o mercado de surpresa, já que as outras intervenções do tipo neste ano foram comunicadas com um dia de antecedência.

"O real estava se valorizando contra o dólar quando houve o anúncio e inverteu a tendência. A isso se somou a perda de fôlego das commodities", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe da CM Capital Markets.

Além do swap cambial reverso, o BC também fez duas compras de dólares no mercado à vista. A intervenção faz parte da estratégia do governo para frear a valorização do real.

O leilão de swap, porém, teve apenas metade dos contratos vendida, com volume equivalente a 504 milhões de dólares.

Apesar da colocação parcial, é precipitado dizer que a demanda por contratos de swap reverso já esteja atendida, afirmou o operador de uma corretora em São Paulo. Junto com os outros três leilões deste ano, o BC já ofereceu ao mercado cerca de 3,5 bilhões de dólares em swap reverso.

"Não acho que foi falta de demanda, e sim uma falta de prêmio na taxa de corte", disse.

Normalmente, quando o BC anuncia o swap reverso um dia antes, o mercado tem tempo de pressionar a cotação do dólar para cima a fim de obter um ponto de entrada mais atraente para o contrato. Como a Ptax (taxa média do dólar) para o dia já estava tendendo a um nível relativamente baixo, explicou, houve pouco interesse nos swaps de vencimento mais curto. "Quando (o BC) anuncia antes, dá para se armar; surpresa, não", afirmou.

No swap reverso, o mercado paga a variação cambial ao BC, e quanto mais alto o dólar antes do leilão, menor a margem para uma eventual perda com o câmbio.

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