O dólar encerrou em alta de mais de 1%ante o real nesta sexta-feira (1º), subindo pela terceira sessão seguida e apoiado principalmente por uma piora do cenário externo, fechando a semana com avanço superior a 2%.
Segundo operadores, a atual aversão ao risco nos mercados deve continuar pressionando o dólar, mas o receio de que o Banco Central volte a atuar pode evitar uma alta maior da divisa.
O dólar fechou em alta de 1,50%, cotado a R$ 2,0478. Na semana, a moeda acumulou alta de 2,67%. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 2,0260 e R$ 2,0505.
O Banco Central não atuou nesta semana, após ter intensificado sua participação no mercado no período similar anterior, por meio de leilões de swap cambial tradicional, que equivalem à compra de dólares no mercado futuro.
"O motivo (da trajetória desta sexta-feira) é o mercado lá fora, que está muito ruim. A cesta de commodities do CRB está em forte queda e ajuda levar o dólar para cima, as bolsas americanas também tiveram fortes baixas", disse o operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Ovidio Soares.
A preocupação com uma desaceleração maior da economia aumentou nesta sexta-feira, após indicadores do mercado de trabalho nos Estados Unidos mostrarem uma criação menor de vagas, além de dados fracos da atividade manufatureira na China e na zona do euro. Também foram mantidos os temores em relação à Espanha e à Grécia.
Com a maior aversão ao risco nos mercados, as bolsas norte-americanas fecharam com baixa de mais de 2%, enquanto o índice CRB, que reúne 19 commodities e serve como referência global para esse tipo de ativo, caiu 1,71%.
Para o operador da Interbolsa, o dólar ainda deve sofrer uma pressão de alta em função do exterior, mas caso a moeda tenha um avanço maior ou fique acima de R$ 2,05, o BC pode voltar a atuar no mercado.
Nesta sexta-feira, a moeda chegou a acelerar ganhos perto do fechamento, ultrapassando apenas um pouco o patamar de R$ 2,05. A autoridade monetária preferiu não atuar na ocasião.
O economista-chefe de um banco, e que prefere não ser identificado, citou o cenário de aversão ao risco como principal motivo para a alta do dólar.
No entanto, ele lembrou ainda que esta semana a taxa básica de juros foi reduzida mais uma vez, de 9% para 8,50% ao ano, o que tornaria a Selic menos atrativa para investidores estrangeiros, além do Produto Interno Bruto (PIB) mais fraco.
O PIB cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre deste ano, quando comparado com o quarto trimestre de 2011, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. Em relação ao mesmo período do ano passado, a expansão foi de 0,8%.
"Parece que há uma banda informal entre R$ 1,90 e R$ 2,05 que o BC quer manter. A moeda poderia até subir mais se não fosse a autoridade monetária. O BC vai tentar evitar uma volatilidade do câmbio, que é ruim para exportadores", completou.
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