O dólar subiu mais de 1% nesta sexta-feira (16), ganhando força no final da sessão após uma aparente saída de capitais do país. A moeda norte-americana fechou em alta de 1,3%, a R$ 1,7320 para venda. É o maior fechamento desde 23 de novembro, quando a moeda terminou a R$ 1,735. Na semana, o dólar acumulou alta de 3,3%.
Dois profissionais de mercado relataram uma operação de cerca de 100 milhões de dólares no período da tarde, possivelmente uma saída de recursos do país. Com a liquidez relativamente menor e a cautela do mercado internacional antes do fim de semana, a demanda maior por dólares alimentou a valorização da moeda norte-americana, afirmaram.
Às 17h, o euro caía 0,7% ante o dólar, em um movimento de realização de lucros diante da incerteza sobre a crise da dívida soberana da região.
De acordo com um dos profissionais, que é tesoureiro de um banco nacional, a relutância das instituições em terminar o dia com posições vendidas em dólares também contribuiu para a alta. Ela acontece, em parte, por causa da existência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre posições vendidas líquidas em derivativos de câmbio.
"O mercado estava tranquilo, não tinha uma justificativa plausível para puxar 1% em 15, 20 minutos", disse. "Quem foi surpreendido e vendeu tem que buscar a qualquer preço, porque existe um limite para ficar vendido. Não tem como o banco que fez a operação não se zerar."
No começo do dia, o dólar chegou a subir abruptamente para quase R$ 1,73 com a interpretação de alguns investidores sobre a revisão do decreto que aplicou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos derivativos de câmbio.
O governo prorrogou mais uma vez o início do pagamento do imposto anunciado em julho e esclareceu vários pontos do texto inicial, mas não mudou a natureza do tributo.
A taxa Ptax, calculada pelo Banco Central e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a R$ 1,7122 para venda, em alta de 0,09% na quinta-feira.
O BC manteve o padrão dos últimos dois dias e não interveio no mercado de câmbio.
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