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Atualizado em 03/05/2006 às 20h24

Após quatro quedas consecutivas, o dólar comercial fechou em alta nesta quarta-feira, cotado a R$ 2,073 para compra e R$ 2,075 para venda. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foi no sentido contrário e encerrou em baixa. Um dia depois de bater seu 20º recorde no ano e superar pela primeira vez os 41 mil pontos, o Ibovespa recuou 0,24%, para 40.920 pontos.

Segundo operadores, o mercado viveu um dia de ajustes após os exageros da terça-feira. O diretor-executivo da corretora NGO, Sidnei Moura Nehme, lembrou que a forte queda do dólar nos negócios de ontem contrariou as expectativas dos analistas, que previam mais cautela diante do cenário incerto para os juros dos Estados Unidos.

- Não se trata de uma reversão de tendência, mas de uma acomodação - disse Nehme.

O diretor da corretora Pioneer, João Medeiros, disse que o leilão de compra realizado no meio da tarde pelo Banco Central - que aceitou 13 propostas - também impulsionou a alta da moeda americana.

- Apesar de toda a aplicação do Banco Central, acho que o mercado não tem outra ponta senão a de baixa - afirmou Medeiros, acrescentando que muitos operadores apostam que a moeda americana em breve cairá para menos de R$ 2.

- Se o mercado continuar desse jeito, é bem possível que isso aconteça - acredita.

Na bolsa, o volume financeiro atingiu R$ 2,526 bilhões. Ações que subiram muito nos últimos dias fecharam hoje em queda. Os papéis mais negociados, Petrobras PN e Vale do Rio Doce PNA, tiveram perdas de, respectivamente, 0,21% e 0,98%. Entre as maiores altas estiveram Light ON (+3,78%), Vivo PN (+3,34%) e Klabin PN (+3,07%); e, entre as maiores quedas, Gerdau PN (-4,60%), Metalúrgica Gerdau PN (-4,34%) e Eletrobrás ON (-4,22%).

A jornada negativa em Wall Street também influenciou a bolsa brasileira. Às 17h27m, horário de Brasília, o índice Dow Jones tinha baixa de 0,14%, aos 11.400 pontos; o Standard & Poor´s 500 recuava 0,41%, para 1.307,8 pontos; e o Nasdaq cedia 0,25%, para 2.303,9 pontos.

Tommy Taterka, da corretora Concórdia observou que os juros dos papéis de 10 anos dos Estados Unidos (os "treasuries") subiram nesta quarta-feira, para 5,14%. Ele lembra que o presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, não foi suficientemente claro sobre as perspectivas para os juros básicos do país. Primeiro, em um discurso no Congresso, sugeriu a possibilidade de uma pausa no aperto monetário; depois, em entrevista a uma rede de televisão, disse que seu pronunciamento havia sido mal interpretado pelo mercado.

- Basicamente, o que está influenciando o mercado é a incerteza sobre os juros - afirmou Taterka.

Juros

Os contratos de juros negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam com ligeira alta. Os Depósitos Interfinanceiros (DI) para janeiro de 2008, os mais negociados, avançaram 0,62%, projetando taxa anual de 14,65%. Os contratos com vencimento em janeiro de 2007 subiram 0,14%, para 14,76% ao ano; e os DIs para junho deste ano aumentaram 0,06%, para 15,68%.

Risco

O risco-país brasileiro, que mede a confiança do investidor estrangeiro, avançou 0,47%, fechando o dia a 213 pontos centesimais. Os títulos brasileiros negociados no exterior encerraram com ligeira desvalorização. O A Bond caiu 0,46%, negociado a 108,25% de seu valor de face. O Global 40 recuou 0,29%, a 128,38% de seu preço.

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