• Carregando...

Após uma manhã de perdas, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ganhou fôlego durante a tarde e encerrou com alta de 0,24% e o novo recorde de 41.515 pontos. O dólar comercial subiu 0,73%, cotado a R$ 2,069 para compra e R$ 2,071 para venda.

Este foi o 22º fechamento recorde da bolsa neste ano. Segundo Susumo Asai, administrador de recursos do Banco Itaú, o Ibovespa pode atingir 42 mil pontos nos próximos dias, caso o fluxo de recursos externos não se altere. Atualmente, os investidores estrangeiros ocupam a liderança entre as categorias de aplicadores da Bovespa, com participação de aproximadamente 35% no capital investido.

Com o cenário interno favorável, um das poucas preocupações refere-se à trajetória dos juros nos Estados Unidos. Na quarta-feira, o Federal Reserve (o BC americano) decidirá se mantém ou altera a taxa básica de juros do país, hoje em 4,75% ao ano. O mercado já dá como certo um aumento de 0,25 ponto percentual, mas aguarda com ansiedade o comunicado que será divulgado após a reunião.

- Se houver uma alta de 0,25 ponto mais a sinalização de um novo aumento pela frente, vamos ter uma realização de lucros por aqui, já que os Treasuries (os títulos do Tesouro Americano) vão subir e os investidores globais vão preferir ir para lá, para ter uma rentabilidade praticamente sem risco - comentou Asai.

O volume financeiro da Bovespa desta segunda-feira foi a R$ 2,649 bilhões. A ação mais negociada, Petrobras PN, passou a maior parte do dia em queda, mas se recuperou e fechou com valorização de 0,16%. Telemar PN caiu 1,17% e Vale do Rio Doce PNA subiu 0,41%. As maiores altas foram Telemig Participações PN (+5,21%), Braskem PNA (+4,76%) e Sabesp ON (+4,33%). Já a lista de maiores quedas foi liderada por Vivo PN (-4,38%), Brasil Telecom Participações PN (-3,31%) e Contax ON (-3,25%).

O mercado não se abalou com as declarações do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, que, em entrevista ao jornal "O Globo", chegou a envolver o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema de arrecadação do partido.

- Todo mundo sabe que isso não vai dar em nada - comentou um profissional de uma corretora.

Segundo este e outros operadores, o que mais causa preocupação são as relações entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal "O Estado de São Paulo" afirma que Meirelles chegou a desabafar com autoridades monetárias de outros países que "não se sente bem com Mantega". O ministro da Fazenda, por sua vez, disse recentemente que a sua sintonia com o Banco Central depende da manutenção da trajetória de queda da taxa básica de juros.

Dólar

O dólar operou em alta desde o início dos negócios, mas ampliou a intensidade após leilão de compra do Banco Central. Segundo operadores, a autoridade monetária comprou dólar a R$ 2,066 de 17 instituições. A intervenção, além de apreciar a moeda americana, aumentou o volume de negócios.

- Muitos exportadores aproveitaram a alta para vender dólares e fazer caixa - disse o gerente de câmbio da corretora Novação, José Roberto Carreira.

O diretor-executivo da corretora NGO, Sidnei Moura Nehme, o mercado de câmbio se manterá cauteloso até a quarta-feira, quando, além da reunião do Fed, haverá a divulgação do IPCA de abril.

- Os dois influenciam na decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) sobre a taxa Selic - observou Nehme, lembrando que até agora o mercado não chegou a um consenso em suas previsões para a próxima reunião, marcada para os dias 30 e 31 de maio.

Juros

Os contratos de juros negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam com tendências distintas. Os Depósitos Interfinanceiros (DI) com maior volume de negócios, com vencimento em janeiro de 2008, avançaram 0,07%, projetando taxa anual de 14,70%. O DI para janeiro de 2007, contudo, caiu 0,14%, para 14,77% ao ano.Julho de 2006 ficou estável, em 15,40%. E os contratos para setembro e outubro de 2006 tiveram redução de 0,07%, para 15,12% e 14,98% ao ano, respectivamente.

Risco

O risco-Brasil caiu dois pontos nesta segunda-feira. Às 17h45m, o Embi+ brasileiro, medido pelo JP Morgan, marcava 214 pontos. Na máxima do dia chegou a 218 pontos e, na mínima, foi a 213 pontos. O principal título da dívida externa brasileira, o Global 40, caiu 0,19%, negociado a 128,38% de seu valor de face. O A Bond encerrou estável, a 108,38% de seu preço.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]