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Dúvidas sobre a equipe econômica no segundo mandato e movimentos técnicos de olho nos vencimentos do fim do mês fizeram o dólar fechar em alta nesta segunda-feira, depois de três sessões de baixa.

No primeiro pregão depois do resultado da eleição que deu vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o dólar fechou em alta de 0,66 por cento, a 2,150 reais.

``O mercado amanheceu lá fora meio para baixo e pesou o resultado das eleições, (com incerteza) referente ao quadro de ministros, se realmente vai ser mais desenvolvimentista (a próxima equipe)'', comentou Daniel Szikszay, gerente de câmbio do banco Schahin.

As bolsas norte-americanas operavam em alta nesta tarde, depois de uma abertura no vermelho. Mas operações no mercado de câmbio com o objetivo de elevar o valor do dólar contribuíram para que a moeda norte-americana se mantivesse em alta, disse o gerente.

A taxa média do dólar (Ptax) da próxima sessão serve de base para liquidação de contratos de dólar futuro e emissão dos contratos de swap cambial reverso negociados no dia 20. O feriado no Brasil na quinta-feira também concentra os negócios no começo da semana.

A segunda-feira foi de análise dos discursos proferidos por membros do governo no domingo e incertezas sobre até que ponto os comentários irão interferir na política econômica dos próximos quatro anos.

Enquanto Lula prometeu responsabilidade fiscal no seu discurso de comemoração, outros componentes do governo criticaram a postura muito conservadora da gestão econômica e pediram mais cortes no juro.

``O mercado vai avaliar dois discursos, um é esse em que o Lula retomou a pauta de austeridade fiscal, necessidade de controle de gastos, que é positivo, e outro é o de fogo-amigo'', disse Sandra Utsumi, economista-chefe do Bes Investimentos.

``Essa seria a primeira necessidade de afirmação por parte do Lula em relação à importância do Banco Central e também de se manter, do ponto de vista macroeconômico, uma agenda de ortodoxia'', completou a economista.

``Esse viés desenvolvimentista nao é de agrado de mercado.''

ESPECULAÇÕES SOBRE EQUIPE

O operador de câmbio da corretora Didier Levy Júlio César Vogeler lembrou que, passada a eleição em que o mercado já esperava a vitória de Lula, o foco ``é o crescimento da economia brasileira e como ele (presidente) vai fazer''.

``Agora vão começar as especulações em torno da formação da nova equipe'', disse.

Somadas às dúvidas sobre a política econômica interna, o mercado também avaliou o rumo da economia norte-americana, diante da divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE) nos Estados Unidos --uma das medidas de inflação preferidas do Federal Reserve.

O núcleo do indicador avançou 0,2 por cento em setembro, em linha com o previsto. O dado de agosto foi revisado para alta de 0,3 por cento.

``Acho que até o fim do ano o Fed não mexe na taxa de juros, mas no primeiro trimestre vai olhar isso com atenção e acho que se precisar de um novo aperto, eles não vão pensar duas vezes'', afirmou Vogeler.

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