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O dólar virou nos minutos finais da sessão e fechou em queda ante o real nesta quinta-feira (8), em meio ao crescente otimismo de que a Grécia vai chegar a um acordo para evitar um calote desordenado.

A divisa norte-americana terminou com baixa de 0,14%, a 1,7620 real na venda, depois de ter saltado quase 1%, em meio a declarações do secretário do Tesouro Nacional.

No início do dia, a cotação operou em baixa, mas passou a subir e bateu máxima de 1,7815 real, tendo como suporte comentários de Arno Augustin de que o governo pode comprar 100% dos títulos da dívida externa que estão vencendo até 2015 para impedir a "valorização excessiva do real".

A própria presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vêm alertando repetidas vezes que o governo pode tomar mais ações para evitar novas quedas do dólar e prejuízos à indústria brasileira.

Grécia

Ao longo da tarde, no entanto, embaladas pelas perspectivas da Grécia, as bolsas de valores internacionais aceleraram as altas e o dólar intensificou a queda contra outras divisas, o que ajudou a enfraquecer a moeda no Brasil.

"Os mercados lá fora estão cada vez mais certos de que a Grécia vai alcançar um acordo para a troca da dívida. Isso acabou fazendo a diferença no final", disse o operador de câmbio de uma corretora paulista, que pediu para não ser identificado.

De acordo com uma autoridade do governo grego, mais de 75% dos credores privados com dívida grega elegível concordaram com uma troca de bônus para diminuir a carga de dívida do país, e as notícias sugerem que o país está se aproximando dos 90% desejados. O prazo para a adesão acabou às 17h (horário de Brasília).

As bolsas de valores globais caminhavam para o melhor dia em cinco semanas, enquanto o dólar acelerava a queda a 0,70% frente a uma cesta de divisas, com expressiva alta do euro e de moedas de perfil semelhante ao real, como o dólar australiano.

A melhora no sentimento externo acabou se sobrepondo à apreensão de investidores com novas medidas do governo sobre o mercado de câmbio.

Segundo profissionais do mercado, o corte de juro mais agressivo feito Banco Central na véspera também está alinhado com as preocupações do governo com o câmbio.

Com uma Selic menor, o diferencial dos juros interno e externo -o que tem estimulado os fortes ingressos de dólares- cai, reduzindo a pressão de baixa sobre a moeda norte-americana. O BC cortou a taxa básica em 0,75 ponto percentual, para 9,75% ao ano.

O fluxo cambial ao país acumula um saldo positivo de 15,5 bilhões de dólares neste ano, segundo dados do BC.

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