Quarto maior mercado mundial de veículos e um dos países com maior número de fabricantes, atrás apenas da China, o Brasil enfrenta problemas justamente na rede de distribuição que faz a ponte entre a fabricante e o consumidor. Pelo menos 90% das pessoas que compram carro zero fogem da concessionária a partir de um ano após a aquisição. Preços altos de peças e serviços são a principal queixa. Muitos clientes só vão à revenda autorizada durante o período de garantia do veículo.
Estudo da consultoria Roland Berger mostra que, passados três anos, apenas 10% dos consumidores continuam levando o carro à concessionária após o fim do período da garantia. Em países da Europa, como a Alemanha, a frequência é mantida por 60% a 70% dos clientes, informa Stephan Keese, sócio da empresa e um dos responsáveis pelo estudo.
Segundo a pesquisa, 43% dos consumidores apontam os preços altos de peças e serviços como motivo para evitar a concessionária. Outros itens citados são baixa confiabilidade (36%), serviços mal executados (33%), tempo longo de reparo (17%), falta de direcionamento e fraca oferta de serviços (14%), tempo de espera longo e localização longe de casa (12%), pouca flexibilidade de horários (10%) e fim da garantia (9%).
"A principal razão para a utilização das concessionárias em revisões e reparos é para não perder a garantia", constata Keese. "Após o fim do período, há uma migração intensa para oficinas independentes".
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