Lavoura
Aparelhos auxiliam pesquisadores na agricultura de precisão
Com foco no monitoramento de grandes plantações, o Brasil é pioneiro no uso de drones na agricultura de precisão. As câmeras potentes podem captar excesso ou falta de água e encontrar falhas na plantação a tempo de serem corrigidas. Estima-se que em todo o país cerca de 200 drones sobrevoem as lavouras. No Paraná, a utilização dos equipamentos está em fase de testes.
Desde o início desse ano, a Fundação ABC de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário, localizada em Castro, nos Campos Gerais, captura imagens com drones em um campo experimental. "O benefício é que conseguimos imagens de grandes áreas em menos tempo", afirma o coordenador de pesquisa de mecanização agrícola da Fundação, Fabrício Povh.
Algumas consultorias especializadas em agricultura de precisão oferecem o serviço no Paraná. Uma delas, a Meta Agrícola, de Astorga, no Norte do estado, trabalha com imagens aéreas há um ano. Segundo Sandro Kuramae, agrônomo e proprietário da consultoria, a procura ainda é maior por agricultores de outros estados, como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Software
Depois das imagens coletadas, o desafio é transformar a foto em uma informação útil. "Estamos definindo algoritmos para mecanizar o processo. Queremos saber o que a mancha na planta significa sem precisar ir até lá", explica Povh.
A busca agora é pelos softwares de análise. "As ferramentas de análise da foto são o limitante", diz o pesquisador da Embrapa Lucio Jorge.
A utilização de veículos aéreos não tripulados (vants) tem se provado uma boa oportunidade de negócio para empresários dos mais variados setores no Paraná. A principal aposta está nos serviços de imagens aéreas, notadamente para a publicidade, onde o maior mercado é Curitiba. No interior do estado, o uso na agricultura para monitorar lavouras, apesar de tímido, começa a ganhar espaço.
INFOGRÁFICO: Veja como funcionam os drones
Com menor custo, os equipamentos podem substituir as imagens feitas por helicópteros e em alguns casos as de satélites. Por facilitar a obtenção de imagens em locais de difícil acesso, os drones também são utilizados por empresas de segurança, construção civil, em eventos e inspeções técnicas e também no setor imobiliário.
O engenheiro mecatrônico Mario André Barrionuevo viu nos drones uma oportunidade de mercado. Há seis meses saiu da empresa onde trabalhava, procurou treinamento especializado e abriu a Aeroclipe em Curitiba. "Vi que não havia muitos profissionais na aérea e já tinha o aeromodeslimo como hobby", conta.
A Aeroclipe trabalha principalmente em parceria com produtoras, fazendo imagens de chácaras, indústrias e vídeos institucionais. Em pouco tempo no mercado, a empresa já começa a atender outros estados. Um dos objetivos é oferecer, futuramente, cursos de operação de drones.
No interior do estado, em Cascavel, o engenheiro de telecomunicação Rodrigo Piana já havia trabalhado na área e pensou em aliar tecnologia à imagem. A Flydrones entrou no mercado paranaense há menos de um ano e além, de atender ao setor publicitário, também faz imagens aéreas para inspeção técnica de obras. "Até então dependia de helicópteros para esses trabalhos, com o drone ficou mais fácil e barato", conta Piana.
Aquisição
O investimento em um drone pode começar em US$ 2,5 mil ( o equivalente a R$ 5,2 mil), sendo que alguns modelos chegam a custar muito mais. No Brasil, há cerca de dez fabricantes, a maioria deles no estado de São Paulo. A venda é permitida, mas a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) restringe o uso dos equipamentos. Também é necessário obter autorização do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).
A agência está trabalhando na regulamentação da utilização dos drones e uma proposta deverá ser submetida a audiência pública neste ano.
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