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Turmina e as filhas: o joalheiro já ganhou joias e relógios | Felipe Rosa/ Gazeta do Povo
Turmina e as filhas: o joalheiro já ganhou joias e relógios| Foto: Felipe Rosa/ Gazeta do Povo

Gerações

Empresário que trabalha com as filhas terá presente especial

Sonho de consumo da grande maioria das mulheres, joias dificilmente encabeçam as listas de presentes para o dia dos pais. Mais raro ainda se o próprio pai for joalheiro. Não é assim que pensam as irmãs Mariana, Camila e Ana Paula Turmina, filhas de Camilo Turmina, proprietário da Camilo Joalheiros.

"Já demos relógios, chaveiros e joias para ele, sim", relembra Ana Paula. "Mesmo sendo incomum, é o tipo de presente que marca um momento, como é esta data, por exemplo", explica Camila, defendendo a escolha de lembrança. Nem poderia ser diferente. Foi o próprio pai quem passou para as filhas a admiração pelos objetos preciosos e, principalmente, o tino comercial para vendê-los. "Elas nasceram no ambiente da loja. Naturalmente foram pegando o gosto pela atividade, se envolvendo e hoje trabalham comigo", justifica Camilo.

Ele confessa que a atividade se confunde com a história da sua família. Neste ano, a loja completa 30 anos e a primogênita, 29. "Minha esposa já estava grávida quando abri a joalheria. De lá para cá, apenas tentei passar para elas o que aprendi nesses anos todos", afirma.

A empresa, que continua familiar, cresceu com a entrada delas. Uma assumiu uma segunda loja, outra o departamento financeiro e a terceira controla o administrativo da matriz. "Ele é nosso pai e foi o fundador da joalheria. Separamos bem as coisas, mas pela liderança e experiência é inevitável que a decisão final estratégica dos negócios parta dele", confessa Mariana.

Para este ano, ele já sabe que o presente será outro. "Serei avô. O maior presente que posso ganhar está por vir, que é a minha primeira neta", completa o joalheiro.

Em um cenário incerto e de desaceleração econômica, o dia dos pais deste ano não deve movimentar tanto o comércio como no passado. De acordo com uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) com a Universidade Federal de Minas Gerais com consumidores e lojistas de todo o Brasil, 41% dos consumidores não vão comprar presente para comemorar a data. Em 2011, de acordo com o mesmo levantamento, apenas 20% dos filhos deixaram de presentear seus pais.

A expectativa de um baixo crescimento nas vendas já era esperada pelos comerciantes. A estimativa, de acordo com a Associação Comercial do Paraná (ACP), é de que o aumento seja 3% em relação ao mesmo período do ano passado, quando as perspectivas de crescimento foram de 8%. Nacionalmente, a Confederação Nacional dos Lojistas projeta aumento parecido, na casa dos 3,5%.

Claudio Shimoyama, consultor financeiro da ACP, avalia que o crescimento será moderado em função do grau de endividamento e da taxa de inadimplência. "O comerciante não pode esperar uma grande retomada nesta data", afirma.

De acordo com a pesquisa nacional, entre aqueles consumidores que irão comprar presentes, 79% estão dispostos a pagar à vista. "As pessoas não querem se endividar. Na verdade elas estão mais preocupadas em liquidar suas dividas", avalia Ricardo Pereira, consultor financeiro da MasterCard. O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro concorda. Ele explica que uma grande parcela dos brasileiros estão presos a dividas adquiridas nos primeiros meses do ano.

Mais otimistas

Mesmo com crescimento abaixo dos últimos anos, o comércio varejista não foi pego de surpresa. "Pelo menos o movimento está sendo suficiente para que os em­pregos sejam mantidos. O dia dos pais tradicionalmente não é uma data tão expressiva como o dia das mães", afirma o sócio-proprietário Ramon Caldeiran, da ArtFino Calçados.

Os shoppings, que, segundo a pesquisa, devem vender a maioria dos presentes, com 43%, projetam um crescimento mais otimista. O PolloShop estima que o movimento aumente cerca de 30% até o final de semana e as vendas tenham crescimento de até 10% em relação à data no ano passado. José Alcir Gruber, superintendente do Shopping São José, segue a mesma linha, com expectativa de aumento nas vendas entre 9% e 10%. "Estamos em uma fase de expansão do mercado, que deve ter seguimento para o restante do ano", avalia.

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