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Centro financeiro de Pequim, na China: segundo analistas, a desaceleração encoraja o governo chinês a avançar nas reformas | Jason Lee/Reuters
Centro financeiro de Pequim, na China: segundo analistas, a desaceleração encoraja o governo chinês a avançar nas reformas| Foto: Jason Lee/Reuters

Impacto positivo

Menos temerosos com o risco de fraco crescimento da China, investidores compraram barganhas na Bovespa e levaram o principal índice da bolsa à maior alta diária em mais de quatro meses. O Ibovespa subiu 2,65%, para 46.738 pontos.

O crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) da China desacelerou para 7,5% entre abril e junho, colocando pressão sobre Pequim para acelerar as reformas. Esse foi o nono trimestre dos últimos dez em que a expansão econômica do país perdeu força. Nos três primeiros meses do ano, o crescimento anualizado havia sido de 7,7%.

Uma desaceleração do crescimento da China pode pressionar as cotações de commodities, e afetar o crescimento econômico de países que exportam aos chineses – caso do Brasil, que envia para lá matérias-primas como soja e minério de ferro.

No entanto, os dados divulgados ontem foram bem recebidos pelos mercados. Na Ásia, as bolsas subiram em meio à percepção de que o crescimento não ficou ainda menor após uma queda inesperada nas exportações em junho. A brasileira Bovespa também avançou.

Um porta-voz da Agência Nacional de Estatísticas afirmou que a economia ainda pode atingir a meta de crescimento no ano de 7,5%, enquanto o presidente do banco central disse que o governo vai aumentar os incentivos para sustentar pequenas empresas buscando estabilizar o crescimento.

Analistas afirmaram que a desaceleração vai encorajar o governo a avançar com mais força nas reformas. A alternativa – injetar mais dinheiro na economia através de afrouxamento monetário – levanta o risco de exacerbar os já aquecidos mercados imobiliário e de crédito.

Reformas

"A desaceleração forçará o governo a avançar com reformas para ajudar a acionar novos motores de crescimento", disse Xiang Songzuo, economista-chefe do Agricultural Bank of China.

O porta-voz da agência de estatísticas, Sheng Laiyun, afirmou que a desaceleração deve-se em parte ao resultado dos esforços de Pequim de reformar a economia, um programa cujo objetivo é reduzir sua dependência de exportações e investimentos para encorajar mais consumo doméstico.

Estimativas

Analistas vêm reduzindo suas estimativas para o crescimento da China neste ano à medida que os dados vêm sendo consistentemente mais fracos do que o esperado e o governo comenta sobre desaceleração do crescimento. Antes dos dados de ontem, eles projetavam em geral crescimento entre 7% e 7,5% em 2013.

Após a divulgação, o JP Morgan reduziu sua projeção para 7,4%, ante 7,6%, uma previsão que sugere que o governo não vai cumprir sua meta pela primeira vez desde 1999, quando a economia também passava por uma reforma. Mas Sheng, da agência de estatísticas, disse que a meta ainda é possível e que as reformas vão beneficiar a economia no longo prazo.

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