A economia brasileira iniciou o segundo trimestre com contração pior do que o esperado, indicou o Banco Central nesta sexta-feira (19), reforçando a perspectiva de recessão diante do cenário de debilidade da indústria e da fragilidade do comércio varejista.

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O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 0,84% em abril sobre março, segundo dados dessazonalizados.

Para piorar o cenário, o BC revisou para uma queda de 1,51% o resultado de março sobre o mês anterior, segundo números dessazonalizados, contra recuo de 1,07% divulgado antes.

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Na comparação com abril de 2014, o tombo foi de 3,29%, acumulando recuo de 2,4% no ano e de 1,38% em 12 meses, sempre em números dessazonalizados.

Fragilidade

A atividade econômica brasileira vem mostrando fragilidade de forma disseminada entre seus setores. Enquanto as vendas do varejo recuaram 0,4% em abril sobre março, na pior marca para o mês em 12 anos e bem abaixo das expectativas do mercado, a produção industrial brasileira caiu 1,2%, no terceiro resultado mensal negativo.

No primeiro trimestre, a economia brasileira encolheu 0,2% ante os últimos três meses do ano passado, com os investimentos caindo novamente e registrando a maior sequência negativa da série histórica.

Os números têm como pano de fundo um cenário econômico marcado por ajuste fiscal, juros e inflação em alta, deterioração do mercado de trabalho e da confiança do consumidor.

Diante desse horizonte, economistas de instituições financeiras vêm sucessivamente piorando sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

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A pesquisa Focus mais recente aponta para retração de 1,35% do PIB em 2015, na pior leitura para a atividade em 25 anos e no primeiro resultado negativo desde 2009. A isso soma-se a perspectiva de inflação de quase 9%.

O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.

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