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 | LUIS MACEDO/ Câmara dos Deputados/Fotos Públicas
| Foto: LUIS MACEDO/ Câmara dos Deputados/Fotos Públicas

Eike Batista pode estar dando um grande passo na redução de dívidas de suas companhias. O Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, vai levar de uma só tacada o Hotel Glória e uma fatia de 29% da OSX, empresa naval do grupo que está em processo de recuperação judicial. Um dos principais credores da EBX, antiga holding do empresário, o Mubadala está ampliando sua participação nos ativos do combalido grupo “X”.

As negociações foram fechadas na última sexta-feira e capitaneadas pelo próprio Eike. Em carta encaminhada pelo empresário à OSX, ele explica que “no contexto da reestruturação dos investimentos da Mubadala Investment Company (“Mubadala”) no Grupo EBX, assinei, em 15/1/2016, contratos vinculantes com a Mubadala, diretamente ou por meio de uma das minhas afiliadas, 90.000.000 de ações ordinárias de emissão da OSX Brasil S.A. — em recuperação judicial, representativas de 28,79% do capital social da companhia.

A OSX divulgou comunicado ao mercado sobre o negócio. A conclusão da transferência de ações para o fundo árabe, que depende de algumas precondições, está prevista para ocorrer ainda neste primeiro semestre.

Desde o fim do ano passado, afirmam fontes próximas às negociações, Eike estava mergulhado em negociações com o Mubadala. O principal foco é pagar dívidas e aumentar a participação do fundo em suas companhias ou ativos para viabilizar projetos suspensos desde que o grupo entrou em crise.

O projeto do Glória foi uma espécie de xodó do empresário. Na semana passada, em nota, o empresário afirmou que encontrar uma solução para o caso era uma prioridade. A renovação do hotel está parada desde o segundo semestre de 2013, quando a petroleira OGX, atual OGPar, pediu recuperação judicial, arrastando as demais empresas do grupo.

Em fevereiro de 2014, o hotel foi vendido ao fundo suíço Acron, numa transação de R$ 200 milhões. O negócio, contudo, não decolou. No fim daquele mesmo ano, o ativo já não integrava a carteira da Acron. De lá para cá, Eike buscava um novo investidor para tocar o projeto de hotelaria de alto luxo. A meta era abrir a tempo da Copa do Mundo de 2014, o que não ocorreu. Posteriormente, a expectativa passou a ser inaugurar o empreendimento até as Olimpíadas, mas isso também não será possível.

Perder os dois megaeventos esportivos que passarão pelo Rio num par de anos teve como entrave, afirmam fontes de mercado, o preço pedido pelo ex-bilionário pelo ativo. A meta de Eike era obter entre R$ 230 milhões e R$ 250 milhões com a venda do hotel, um ícone na paisagem turística carioca. O próprio Mubadala demonstrou interesse pelo prédio ao longo do ano passado, dizem executivos próximos à negociação, mas considerava o valor pedido alto demais. Como o ativo entrou na renegociação de dívidas do empresário, a sorte virou.

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