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“Muitas vezes, as medidas [contra a crise] não são facilmente entendíveis no momento, mas com o passar do tempo podem se revelar necessárias.”Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, ao falar sobre a MP 443, que autorizou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica a comprarem bancos em dificuldades . | Evaristo Sá/AFP
“Muitas vezes, as medidas [contra a crise] não são facilmente entendíveis no momento, mas com o passar do tempo podem se revelar necessárias.”Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, ao falar sobre a MP 443, que autorizou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica a comprarem bancos em dificuldades .| Foto: Evaristo Sá/AFP

Popularidade de Lula será posta à prova

Mais do que restringir a capacidade de investimentos dos novos prefeitos, a crise econômica internacional vai também influenciar a campanha presidencial daqui a dois anos. A popularidade do presidente Lula, atualmente acima dos 80%, deverá chegar ao final de 2010 com índices mais modestos. Nesse cenário, os analistas políticos apostam que uma candidatura presidencial de oposição, como a do governador José Serra (PSDB), tende a se fortalecer.

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A campanha eleitoral para as prefeituras brasileiras transcorreu como se os candidatos vivessem num mundo totalmente alheio aos efeitos da crise econômica internacional. Prometeram uma série de realizações e atacaram-se mutuamente, mas, em geral, esconderam dos eleitores, em seus discursos e programas, a restrição orçamentária que será imposta pela crise. Com o arrefecimento previsto para a economia do mundo inteiro, na esteira da crise internacional, não haverá recursos para a realização de grandes obras.

Os analistas de economia e política avaliam que, se os votos depositados nas urnas tiverem como lastro apenas as promessas de campanha, os eleitores poderão se frustrar. Eles destacam que, diante de uma crise econômica com proporções e dimensões comparáveis apenas à que se seguiu ao crash da bolsa americana em 1929, a tendência é de interrupção nos programas de investimentos e de concessão de crédito para o setor produtivo. O resultado disso é o esfriamento da economia real, de onde saem os tributos (impostos, contribuições e taxas) que fazem os caixas dos governos federal, estaduais e municipais.

Economia real

"Esta crise já não é mais só financeira. É uma crise que já atingiu a economia real", informa a consultoria Rosenberg & Associados. "A perspectiva de que a crise econômica vai levar a uma redução da arrecadação e a uma diminuição das despesas para todos os níveis de governos é cada vez mais concreta", define o analista da MCM Consultores, Ricardo Ribeiro. Para ele, por questões orçamentárias, os primeiros cortes são feitos sobre as verbas destinadas aos investimentos. "Diante de uma crise como esta, acho que os futuros prefeitos não terão como construir grandes obras, como linhas de metrô ou mesmo muitas escolas e hospitais", prevê o analista da MCM.

Curitiba

Em reportagem publicada ontem pela Gazeta do Povo, a prefeitura de Curitiba admitiu um "plano B" para vencer os efeitos que a crise terá no orçamento municipal. De acordo com o secretário de Finanças, Luiz Eduardo da Veiga Sebastiani, três medidas poderão ser adotadas. A mais importante delas é o corte de R$ 367 milhões em despesas previstas para 2009, com contingenciamento de verbas e adiamento de obras de infra-estrutura. A renegociação da parcela em dólar da dívida da cidade (aproximadamente US$ 130 milhões) e o uso de um fundo de contingência de R$ 40 milhões também não estão descartados.

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