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A Eletrobrás estuda a distribuição de R$ 6 bilhões aos seus acionistas referente a dividendos retidos no passado, informou nesta segunda-feira o diretor financeiro e de relações com os investidores da estatal, José Drumond Saraiva. Em teleconferência com analistas para comentar o resultado da empresa no segundo trimestre, o diretor explicou que a forma de pagamento dos dividendos ainda não foi definida, mas a idéia é que se chegue a uma conclusão ainda em 2006.

- A Eletrobrás está realizando estudos nesse sentido para que possamos apontar uma solução ainda este ano (...) internamente é um assunto bastante maduro. Mas, como é muito complexo, precisamos de várias tratativas - disse Saraiva.

Ele informou ainda que a empresa entregará à Securitie Exchange Comission (SEC), até o dia 15 de setembro, os papéis necessários para que suas ações possam ser negociadas no nível 2 da Bolsa de Valores de Nova York, que exige maior transparência das companhias.

- A expectativa é que o registro saia ainda este ano - avaliou.

Na linha de tornar-se uma empresa mais próxima do mercado, a estatal promete também finalizar um planejamento estratégico nos moldes da Petrobras, listando os investimentos que pretende fazer nos próximos anos.

Líder nos leilões de energia do governo Lula, a Eletrobrás, por meio das suas subsidiárias, tem garantido o sucesso dos leilões de venda de energia e planeja estar presente também no leilão de linhas de transmissão, no próximo dia 18, e de energia nova, previsto para novembro.

- Queremos montar uma carteira com empreendimentos que nos dê rentabilidade, para dar fôlego financeiro à empresa - afirmou.

Segundo o diretor, a Eletrobrás conta também com as participações nos leilões para reduzir a sua dependência da política cambial, que impacta negativamente o seu resultado.

De abril a junho, a responsável pela maior parte da energia gerada no país teve lucro de R$ 462,3 milhões, deixando para trás um prejuízo de R$ 612 milhões no mesmo período do ano passado.

O desempenho, no entanto, poderia ser melhor se a receita da companhia não estivesse ligada ao comportamento do dólar, já que a maioria dos seus ganhos resulta de empréstimos ao setor elétrico atrelados à moeda americana.

- À medida que a receita da Eletrobrás aumenta com a venda de energia nos leilões e com a participação nos leilões de transmissão, há uma diluição da receita que provém do câmbio (atrelada ao dólar) - explicou a estatal por e-mail.

Na teleconferência, Saraiva anunciou ainda que a empresa prepara captação de US$ 430 milhões, "sem prazo de conclusão", para finalizar a usina termelétrica de Candiota III, de 350 megawatts.

Ele voltou a defender a mudança na compra da energia gerada pela Eletronuclear, considerada barata pelo Executivo, afirmando que uma das propostas seria reproduzir o modelo de Itaipu.

- A proposta que ainda está sendo estudada é a remuneração das usinas de Angra 1 e 2 e da futura Angra 3 nos moldes de Itaipu. Ou seja, por meio do rateio da compra de energia entre as distribuidoras. Em estudo, sem prazo de definição - esclareceu a Eletrobrás.

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