Dilma acena para o público presente ao evento em Arapongas| Foto: Roberto Custódio/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Foi com uma grande festa que a presidente Dilma Rousseff foi recebida nesta segunda-feira (4) no Assentamento Dorcelina Folador, em Arapongas, no Norte do Paraná. Ao inaugurar a Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária União Camponesa (Copran), a presidente lançou o programa federal Terra Forte, que prevê mais de R$ 300 milhões para a agroindustrialização em assentamentos da reforma agrária.

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O programa vem para modernizar os empreendimentos coletivos nos assentamentos reconhecidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Os beneficiários são famílias de trabalhadores rurais organizadas em cooperativas ou associações.

Do montante previsto para o programa, R$ 150 milhões serão provenientes do fundo social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O restante virá de parcerias com Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Desenvolvimento Social, Banco do Brasil, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Além disso, o Banco do Brasil disponibilizará R$ 300 milhões em crédito para as cooperativas investirem em agroindústrias, totalizando R$ 600 milhões em recursos.

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Uma das cooperativas piloto do programa, a Copran tem como principal atividade a produção de laticínios e recebeu cerca de R$ 11 milhões do governo federal. Com a presença de ministros, senadores, deputados e autoridades locais, Dilma desatou o laço em fita nas instalações da Copran e se revelou surpresa com a tecnologia aplicada no processo de ordenha das vacas e resfriação do leite.

"Essa experiência é, sem sombra de dúvida, uma mostra de que é possível o assentado da reforma agrária construir o caminho da agregação de valor, de aumento de renda, de ampliação de emprego e relações cooperativas que melhoram o nível de produção", disse a presidente durante o lançamento.

O Terra Forte vem sendo construído desde 2009 para atender uma demanda antiga dos movimentos do campo. Além das 93 famílias do Dorcelina Folador, a expectativa é de que o programa amplie o número de beneficiados, diretamente e indiretamente, para cerca de 2 mil famílias da região norte do estado. Em todo o país, mais de 380 mil famílias devem ser beneficiadas pelo programa em 2013. "É uma iniciativa capaz, não só de suprir os meios pra sua própria família, mas capaz de construir laços e beneficiar uma grande região", avaliou o ministro Gilberto Carvalho, presente no evento.

Carta à presidente

A Direção Nacional do MST entregou à presidenta Dilma Rousseff uma carta com cobrança de desapropriação de terras e da realização da Reforma Agrária. A carta tem 10 pontos, com propostas e cobranças de medidas do governo federal. Nela, o movimento diz que "o governo precisa retomar a política de criação de assentamentos e fazer a Reforma Agrária. Muito pouco tem sido feito para democratizar a terra".

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O governo Dilma é o que menos desapropriou imóveis rurais para fazer reforma agrária nos últimos 20 anos. O movimento cobra um programa emergencial para assentar todas as famílias que vivem acampadas, em situação de extrema pobreza, com a desapropriação imediata de latifúndios em todo o país.