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O Banco Central (BC) informou hoje que entende que as perspectivas para a expansão da atividade econômica no País continuam positivas, mas em ritmo menos favorável que o observado há alguns meses.

"As perspectivas para a evolução da atividade econômica doméstica continuam favoráveis, a rigor, em compasso menos intenso do que observado no início deste ano", cita a ata da reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje. Para sustentar a avaliação, os diretores do BC lembram que dados sobre comércio, estoques e produção industrial evidenciam essa percepção.

A tese também encontra respaldo com a observação de "sinais de expansão mais moderada da oferta de crédito, em especial para pessoas físicas". Outro fato lembrado é que a confiança de consumidores e de empresários continua em patamar elevado, "mas com alguma acomodação na margem". Por fim, os diretores do BC citam a "trajetória recente dos níveis de estoques em alguns setores industriais", que também colaboraria para essa avaliação de acomodação da economia.

Apesar da percepção de uma redução do ritmo da economia, a autoridade monetária lembra que a atividade continuará a ser favorecida, por outro lado, por outros fatores. O texto cita nominalmente "efeitos remanescentes dos estímulos fiscais" e "políticas dos bancos oficiais".

Inflação

O BC reforçou ainda o entendimento de que as projeções de inflação caíram nas últimas semanas. No entanto, a ata da reunião de julho do Copom deixa claro que essa tendência precisa continuar. O documento afirma que "em linha com ações de política implementadas no primeiro semestre, desde a última reunião, o recuo nas projeções de inflação consideradas pelo Comitê mostraram melhora no cenário prospectivo".

Apesar de observar a queda das previsões de inflação, o BC avalia que um movimento de recuo das expectativas ainda precisa ser intensificado. "O Copom considera que esse processo deva ser intensificado e, para tanto, precisam ser revertidos os sinais de persistência do descompasso entre o ritmo de expansão da demanda e da oferta agregadas", cita o texto, ao lembrar que esse descompasso tende a "aumentar o risco para a dinâmica inflacionária".

Diante da necessidade de continuar com o processo de recuo das expectativas de inflação, o texto do Copom avalia que "a postura de política monetária deve ser ajustada", já que "essa iniciativa contribui para a convergência entre o ritmo de expansão da demanda e da oferta".

Volatilidade

O Copom reconheceu ainda que a volatilidade e a aversão ao risco apresentaram melhora desde a última reunião do colegiado, em junho. "Nos mercados internacionais, embora ainda elevadas, a volatilidade e a aversão ao risco recuaram desde a última reunião do Comitê e a percepção de risco de crise sistêmica mostrou arrefecimento", afirma o trecho 17 do documento.

Apesar de reconhecer a melhora do cenário, os diretores da autoridade monetária afirmam que esses sinais ainda são vistos com cautela, "possivelmente como movimentos temporários". Por isso, conclui o BC, "a liquidez permanece limitada". Ainda em relação ao exterior, o texto da ata afirma que "persistem preocupações com dívidas soberanas de países europeus". Essa preocupação está ligada à capacidade de os países honrarem suas dívidas. Além disso, "surgem dúvidas quanto à sustentabilidade da recuperação da economia americana e aparecem indícios de desaceleração na China".

Apesar de cenário ainda pouco claro, o documento afirma que os preços de algumas commodities (matérias-primas) e de outros ativos brasileiros se elevaram "e, de modo geral, as perspectivas para o financiamento externo da economia brasileira seguem favoráveis". Nesse quadro, o BC reafirma que "aumentou a probabilidade de que se observe alguma influência desinflacionária do ambiente externo sobre a inflação doméstica, conquanto persista incerteza sobre o comportamento de preços de ativos e de commodities em contexto de substancial volatilidade nos mercados financeiros internacionais".

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