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A nova política industrial será lançada num momento em que a indústria brasileira perde espaço no exterior e reduz produção | Henry Milléo/Gazeta do Povo
A nova política industrial será lançada num momento em que a indústria brasileira perde espaço no exterior e reduz produção| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

48% das exportadoras perderam mercado

Praticamente metade das empresas exportadoras brasileiras perdeu participação no mercado externo no ano passado, de acordo com Sondagem Especial divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o estudo, 32% das indústrias que vendem para fora do país diminuíram sua presença lá fora e 16% deixaram de exportar.

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A presidente Dilma Rousseff envia hoje ao Congresso Na­­cional uma medida pro­visória instituindo a nova política industrial, batizada pelo governo de Plano Brasil Maior. O lançamento será no Palácio do Planalto. Duas horas antes do anúncio oficial, que deve ocorrer às 11h30, a presidente terá reunião com empresários que integram o Forum Nacional da Indústria, órgão consultivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A expectativa dos empresários é de que entre as medidas a serem anunciadas, a desoneração da folha de pagamentos seja estendida, pelo menos, a toda a indústria de transformação. Mas ainda não é certo que a medida – que pode ser adotada para setores mais ligados à tecnologia da informação, como a produção de softwares – se replique em outros segmentos, como o de produção de máquinas industriais.

Uma corrente do governo defende medidas de maior impacto para a indústria como um todo e propõe que o aumento da tributação sobre um grupo de produtos importados sirva para financiar a perda de arrecadação do governo com a desoneração mais ampliada. Mas os sinais emitidos pelo governo – de que a nova política industrial será menos centrada na redução de custos com folha e mais em políticas de defesa comercial – devem frus­­­trar as expectativas em torno de medidas mais ousadas.

Desempenho ruim

O lançamento da nova política industrial vem num momento em que a indústria perde espaço no mercado internacional (veja texto nesta página) e reduz o ritmo de produção. De acordo com o Índice Geral de Compras (PMI, na sigla em inglês), divulgado ontem pelo banco HSBC, o desempenho geral do setor industrial voltou a piorar em julho.

O PMI registrou 47,8 pontos, ante 49 em junho, e atingiu a maior deterioração nas condições gerais de negócios do setor desde maio de 2009. O índice obedece a uma escala de 0 a 100 pontos, sendo 50 a linha divisória entre crescimento e queda da atividade, e resulta da compilação das respostas a questionários enviados a 400 empresas no país.

As quedas registradas na carteira de novos pedidos e no nível de emprego estão entre os principais responsáveis pela redução da produção industrial em julho. Os novos pedidos, que já haviam fechado junho em queda, com 47,2 pontos, encerraram julho com 45,9 pontos. O nível de emprego atingiu 49 pontos, ante 49,7 pontos em junho. Com isso, o indicador de produção industrial como um todo caiu pela segunda vez consecutiva, passando de 48,8 pontos em junho para 46,6 pontos em julho.

Avaliação

"De modo geral, os entrevistados atribuíram a redução na entrada de novos pedidos ao enfraquecimento da demanda global e às condições frágeis do mercado", observa o economista-chefe do HSBC Bank Brasil, André Loes, que é responsável pela PMI no país.

Muitas empresas também sugeriram que as taxas de câmbio desfavoráveis contribuíram para o baixo volume de pedidos para exportação durante o período da pesquisa – o índice de pedidos de exportações, de acordo com o PMI, atingiu 47,4 pontos em julho, ficando abaixo de 50 pontos pelo quarto mês consecutivo.

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