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Apesar da cidade registrar a pior taxa de ocupação entre as capitais analisadas pelo Fórum dos Operados Hoteleiros do Brasil (Fohb), a capital paranaense ganha mais um hotel na próxima sexta-feira – o Comfort Hotel Curitiba, da rede Atlantica Hotels Internacional. A expectativa é de que a chegada de mais um concorrente marque o início de um ciclo de recuperação do setor. Segundo dados do Fórum, que congrega 23 operadoras e mais de 450 estabelecimentos hoteleiros em todo país, no primeiro semestre deste ano a taxa de ocupação dos hotéis curitibanos foi de 54% – porcentual considerado baixo, já que a cidade sediou eventos de grande porte, como a conferência sobre biodiversidade da Organização das Nações Unidas, em março.

"O mercado de Curitiba deve melhorar, porque pior do que está não dá pra ficar", afirma o diretor executivo do Fohb, Abel Alves de Castro Junior. Ricardo Reis, diretor da incorporadora paranaense Engeflex Construções e Empreendimentos Imobiliários Ltda, que construiu o Comfort, acredita que o mercado paranaense está se revigorando. "Esta inauguração está fechando um ciclo de abertura de hotéis. Agora a oferta vai estabilizar, e o aumento da ocupação vai aumentar o preço, o que vai dar retorno para o investidor", aposta. O Comfort Hotel é o quarto da bandeira Atlantica em Curitiba. Segundo o gerente de operações da rede, Elias Rodrigues, a abertura desta unidade atende a uma necessidade da rede. "Tínhamos três hotéis na cidade, mas nenhum no segmento econômico", diz. A Atlantica é dona das bandeiras Four Points Sheraton e Radisson, na classe "luxo", e Quality, no segmento "superior".

É justamente no segmento econômico, de acordo com Rodrigues, que está a maior margem para crescimento. A taxa de ocupação dos hotéis de luxo fica em torno de 50%. Já nesta categoria ela chega a 60%, segundo o gerente. "Os hotéis econômicos conseguem um retorno muito superior aos chamados ‘mid scale’, ou 4 estrelas", diz Castro Junior, do Fohb. Para ele, a rede hoteleira no Brasil foi criada seguindo uma lógica inversa à da pirâmide sócio-econômica. "Tivemos muitos hotéis de luxo, mas ainda faltam hotéis de classe econômica de qualidade em várias cidades do Brasil." Ele frisa, no entanto, que hotéis econômicos são aqueles concebidos para operar com economia de custos, o que é diferente de hotel barato.

"Mas o que realmente preocupa em Curitiba é o preço muito baixo pago pela diária", afirma o gerente da Atlantica. Neste quesito, a capital paranaense também perde para todas as outras avaliadas pelo Fohb – a média cobrada pelos hotéis curitibanos é de R$ 106, contra R$ 122 em São Paulo, a segunda mais baixa.

Apesar disso, Rodrigues confirma a confiança na recuperação do mercado curitibano. "Este mês o Four Points está tendo o segundo recorde de faturamento no ano." O primeiro foi em março, exatamente por conta das conferências da ONU.

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