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Balanço - Banco Central tem prejuízo de R$ 30 bilhões

Brasília – O Banco Central teve prejuízo de R$ 30,3 bilhões no primeiro semestre do ano por conta, principalmente, da valorização de 9,9% do real diante do dólar. O resultado é mais do que o dobro do registrado nos seis primeiros meses de 2006, quando a instituição apresentou saldo negativo de R$ 12,871 bilhões. O BC carrega entre seus ativos as reservas internacionais (que ultrapassaram US$ 160 bilhões). Com a apreciação do real, o estoque de moeda estrangeira tem seu volume reduzido, gerando impacto negativo na contabilidade. Além disso, as operações especiais de câmbio realizadas pela instituição – os chamados "swaps cambiais" – geraram custo de R$ 4,4 bilhões. Estas operações e a variação cambial foram responsáveis por um resultado negativo de R$ 29,219 bilhões. "Não se trata de prejuízo. O BC ainda detém as reservas internacionais nos seus ativos e sofre tanto o efeito da valorização ou não da moeda local", diz o diretor de Administração, Gustavo do Vale. Na avaliação do banco, o resultado negativo deve levar em conta a política do governo de reduzir a exposição do setor público a movimentos bruscos no câmbio. "Também há um efeito inverso nas contas do Tesouro. Todo o passivo cambial sofre efeito idêntico [ao do Banco Central], mas com sinal contrário", declarou o diretor, referindo-se à dívida externa. Outro R$ 1,08 bilhão foi resultado da remuneração da conta do Tesouro e das despesas de custeio.

São Paulo – A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) voltou a fechar com forte alta no pregão de ontem. Na ausência de más notícias sobre a crise dos "subprimes", os investidores voltaram às compras, praticamente recuperando as perdas da última terça-feira. Nos 21 pregões deste mês, a bolsa teve fechamento positivo em 13. O Ibovespa, seu principal índice, valorizou 2,11% e fechou o dia aos 52.735 pontos. O volume financeiro foi de R$ 3,83 bilhões. O dólar comercial foi negociado a R$ 1,967 para venda, com decréscimo de 1,74%. A taxa de risco-país, medida pelo indicador Embi+ (JP Morgan), marca 195 pontos, com recuo de 7,14%.

Os negócios na bolsa acompanham a cena externa, bastante volátil e movimentada dia a dia pelos indicadores econômicos dos Estados Unidos e notícias de "quebradeiras" por conta dos problemas no mercado de crédito imobiliário. As bolsas da Europa também fecharam em alta ontem. A elevação nas ações da Nokia e o dia positivo em Wall Street ajudaram os investidores europeus a reverterem os índices negativos de terça-feira.

De um lado, ainda há muita incerteza no mercado sobre a extensão das perdas dos bancos e fundos de investimentos com os chamados "créditos subprime" (de alto risco). Por outro lado, há um relativo otimismo de analistas e investidores de que o Federal Reserve (banco central dos EUA) vá cortar os juros básicos dos EUA em sua próxima reunião.

Entre as principais notícias de ontem, o banco francês BNP Paribas descongelou os saques em dois dos três fundos que havia congelado no último dia 9 devido aos investimentos desses fundos ligados ao mercado americano de hipotecas de risco.

No início do mês, quando bloqueou os saques dos três fundos, o banco francês provocou uma derrocada generalizada nas bolsas. Na data, analistas interpretaram a medida da instituição financeira, uma das maiores da Europa, como o sinal de que a crise dos "subprimes" havia ultrapassado as fronteiras dos EUA.

Para muitos economistas, o afrouxamento da política monetária da maior economia do planeta pode ser a "saída" mais rápida para apressar o fim da crise financeira que arrasta as bolsas mundiais há semanas. Entre alguns economistas, no entanto, não é consenso que o "Fed" realmente deva reduzir os juros, apesar da pressão do mercado.

"Uma ação do Fed sobre a taxa básica do juro só se justificaria caso a volatilidade ameaçasse as perspectivas de crescimento e inflação", afirma Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.

O economista-chefe da Sul América Investimentos, Elson Telles, tem opinião semelhante. "Não acho tão certo assim [como o mercado avalia] de que Fed realmente vai cortar os juros. E se cortar, é porque tem informações [que o restante dos analistas não têm] de que a situação está grave mesmo."

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