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O Eurogrupo, formado pelos ministros das finanças dos países da moeda única europeia, vai se reunir neste sábado para discutir o documento grego | Alexandros Vlachos/EFE
O Eurogrupo, formado pelos ministros das finanças dos países da moeda única europeia, vai se reunir neste sábado para discutir o documento grego| Foto: Alexandros Vlachos/EFE

Enquanto primeiro-ministro grego Alexis Tsipras corre contra o tempo para finalizar um pacote de medidas de austeridade, para tentar convencer os credores a oferecer um novo pacote de resgate, autoridades da zona do euro colocam em questão a sustentabilidade da dívida do país, superior a 320 bilhões de euros.

A chanceler alemã, Angela Merkel, voltou a afirmar que um corte em parte da dívida grega está fora de questão. Em visita à Bósnia, a mandatária lembrou que em 2012, quando o país recebeu um pacote de resgate de 130 bilhões de euros, a questão da sustentabilidade da dívida já foi abordada.

“Em 2012, lidamos com a questão da sustentabilidade da dívida. Estendemos o prazo de vencimento, empurramos para 2020 o pagamento devido ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira. Ou seja, não estamos lidando com a questão da sustentabilidade da dívida pela primeira vez”, disse ela. “Já disse que um corte clássico está fora de questão, e isso não mudou de ontem para hoje.”

A fala de Merkel foi em resposta à pergunta sobre as divergências entre o posicionamento da Alemanha e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Um documento publicado pelo Fundo já havia dito que a dívida grega seria impagável.

Nesta quarta-feira (8), a diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, afirmou que a Grécia precisa prosseguir com as reformas de corte de custos, acrescentando que “a outra perna é a reestruturação da dívida, que acreditamos ser necessária no caso particular da Grécia para que tenha sustentabilidade.”

“Alívio”

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, também abordou a questão da sustentabilidade da dívida, e pediu alívio por parte dos credores.

“Uma proposta realística da Grécia precisa ser acompanhada de uma proposta igualmente realística por parte dos credores. Só assim vamos ter uma situação de ganha-ganha. Ou então vamos continuar nesta dança letárgica dos últimos cinco meses”, defendeu.

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Após enviar um pedido de resgate formal na quarta-feira, nesta quinta (9) o governo grego deve apresentar uma proposta aos credores contendo medidas mais duras de aumento de impostos e reformas na economia do que as incluídas em planos anteriores. O Eurogrupo, formado pelos ministros das finanças dos países da moeda única europeia, vai se reunir neste sábado para discutir o documento grego.

Novo pacote

O jornal grego Kathimerini relatou que as medidas em estudo pelo governo grego incluiriam 12 bilhões de euros em cortes e aumentos de impostos ao longo de dois anos, maior do que o plano prévio de 8 bilhões de euros, já que a economia — golpeada por duas semanas de controles de capitais — deve ter retração de 3%, em vez de crescer 0,5% neste ano.

Uma autoridade do governo, falando sob condição de anonimato, contestou os números relatados pelo Kathimerini, dizendo que o pacote ainda estava em processo de elaboração.

Milhares de gregos se manifestam a favor de acordo e de continuar com euro

Milhares de pessoas se manifestaram nesta quinta-feira (9) no centro de Atenas para pedir ao governo que chegue a um acordo com os credores e que garanta a permanência da Grécia na zona do euro.

A plataforma “Vivemos na Europa”, que convocou a manifestação em sua página no Facebook, conseguiu reunir 4 mil pessoas, segundo a polícia.

“Vivemos na Europa e isso não é negociável. Nosso país está à beira do precipício e sua permanência na zona do euro será decidida definitivamente no domingo”, dizia a convocação, em alusão à cúpula europeia que no próximo dia 12 aprovará ou não sinal o plano de reformas proposto pelo governo grego.

A praça Syntagma, onde fica a sede do parlamento, foi o lugar escolhido pelos manifestantes, que levavam bandeiras da União Europeia e gritavam palavras de ordem a favor de continuar na moeda comum.

O Conselho de Ministros da Grécia aprovou a proposta que será enviada ainda hoje aos seus sócios da UE.

A Grécia solicitou oficialmente ontem ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) um novo resgate por um período de três anos, que poderia chegar a 50 bilhões de euros, segundo a imprensa grega, se baseando no cálculo efetuado pelo Fundo Monetário Internacional das necessidades do país até 2018.

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A praça Syntagma, onde fica a sede do parlamento, foi o lugar escolhido pelos manifestantesFOTIS PLEGAS G./EFE
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