• Carregando...

Os cerca de 500 trabalhadores da Porcelana Schmidt, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, estão em greve desde terça-feira (13), cobrando o pagamento dos salários de junho. Nesta quinta-feira (15) pela manhã, eles colocaram fogo em pneus na avenida que dá acesso à fábrica como forma de protesto. A Polícia Militar chegou a ser acionada, mas não registrou nenhum problema mais grave. A empresa estima a folha de pagamento mensal em R$ 300 mil e programou o pagamento entre sexta-feira (16) e sábado (17).

Esta é a terceira paralisação realizada este ano na Porcelana Schmidt. Na última, em março, foi acordado que nos três meses subsequentes o pagamento seria realizado no dia 10 e que, a partir deste mês, voltaria para o dia 5. "Não saiu nesse dia e demos prazo até o dia 10, mas também não saiu, por isso decidimos parar na terça-feira", disse o representante dosfuncionários, Divonzir Batista. Segundo ele, nas tentativas de conversa com a empresa, a informação era de que somente o pessoal da unidade de Mauá (SP) poderia tratar de questões financeiras. "Mas eles não vêm aqui para conversar", reclamou.

O gerente de queima da unidade de Campo Largo, Martin Alfredo, admitiu que a empresa vive um momento de dificuldades financeiras e que passa por uma reestruturação. Segundo ele, já havia uma conversa com o sindicato que representa os trabalhadores sobre a possibilidade de o pagamento sair na sexta-feira (16), mas teria havido desentendimento dos trabalhadores com a entidade, em razão de interferência do vereador Nelson de Souza, vice-presidente licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos e da diretoria da Força Sindical, por ser candidato a deputado estadual.

Alfredo reclamou que a greve dos trabalhadores dificulta ainda mais o pagamento porque há peças no valor de R$ 400 mil para serem embaladas e entregues aos compradores desde terça-feira. Juntas, as unidades de Campo Largo e Pomerode (SC) produzem cerca de 1,8 milhão de peças de porcelana por mês. O vereador de Campo Largo disse que foi chamado pelos trabalhadores para discutir os problemas, porque "o sindicato perdeu a credibilidade e os deixou abandonados". Na tarde desta quinta-feira, Souza estava em frente à fábrica para, segundo ele, orientar os trabalhadores a manter as áreas essenciais funcionando. Nenhum diretor foi encontrado no Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias de Cerâmica e Porcelana.

Paralisações em 2010

A última greve envolvendo os trabalhadores da empresa ocorreu entre os dias 8 e 12 de março deste ano, quando 90% dos 500 funcionários da empresa aderiram a paralisação. Na oportunidade, eles reclamaram do atraso no pagamento dos salários e no depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Em janeiro, os funcionários já haviam feito uma paralisação pelo mesmo motivo. Um mês depois, a Schmidt assinou um acordo se comprometendo a pagar os salários em dia. O acordo previa uma multa 40% sobre o piso da categoria, concedendo o direito à paralisação em caso de novos atrasos, sem desconto dos dias não trabalhados, segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Cerâmica de Campo Largo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]