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Em meio ao aumento do risco dos países emergentes e a uma certa turbulência nos mercados globais provocada por desconfianças sobre a economia americana - que no Brasil é agravada pela crise política - o governo anunciou nesta segunda-feira corte de R$ 1,6 bilhão no Orçamento deste ano. A redução é necessária para o cumprimento da meta de superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

O governo também reduziu de 4,5% para 4,0% a estimativa de crescimento do PIB utilizada para projetar as receitas e despesas no ano, quase um ponto percentual acima do previsto pelas instituições financeiras. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a estimativa do governo recuou de 3,69% para 3,27%, também acima do que projeta o mercado. Nesta segunda-feira o relatório Focus do BC mostrou que o mercado financeiro revisou para baixo, mais uma vez, as projeções do ano para o PIB (3,09%), inflação pelo IPCA (3,03%) e taxa básica de juros (13,50%).

Segundo o mais recente relatório de avaliação bimestral, o governo diminuiu a estimativa de receitas em quase R$ 300 milhões. Por outro lado, subiu a previsão de despesas primárias obrigatórias.

- O que aconteceu é que o PIB foi reduzido. Esse contingenciamento, de certa forma, já era esperado. No médio prazo, não vejo não cumprimento da meta (fiscal). A piora se dá mais no longo prazo, o grande foco de preocupação é Previdência e funcionalismo público, que acaba aumentando o piso dos gastos. - comentou Guilherme Loureiro, economista da Tendências Consultoria Integrada.

A Tendências prevê superávit de 9,2 bilhões de reais do setor público consolidado em agosto, o que indicaria 4,26 por cento do PIB em 12 meses.

"A projeção atual do resultado do Regime Geral da Previdência Social indica um incremento de R$ 539,1 milhões no déficit", em relação ao previsto no decreto de julho, apontou o ministério em nota.

"Ressalte-se ainda que o reajuste dos demais benefícios passou de 5% para 5,01%", acrescentou o governo, referindo-se à discreta mudança no percentual de reajuste para aposentados e pensionistas que ganham acima de um salário mínimo.

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