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A menos de uma semana de um possível calote, a Argentina recusou, em reunião nesta quinta-feira (24), em Nova York, manter negociações diretas com os credores.

Em comunicado, os investidores litigantes disseram que o governo argentino deixou claro que já optou pelo calote.

Um novo encontro foi marcado para a manhã de sexta-feira (25).

Na próxima quarta (30), termina o prazo para que o governo argentino pague uma parcela de sua dívida reestruturada.

Uma decisão recente da Justiça americana, no entanto, determinou que esse pagamento só poderá ser feito de forma simultânea ao pagamento de US$ 1,3 bilhão aos fundos litigantes, que não renegociaram sua dívida. Se não pagar, a Argentina dará um novo calote em sua dívida.

Encontro

O mediador do caso, Daniel Pollack, disse que o encontro desta quinta (24) foi, mais uma vez, separado entre as partes.

"Após falar com ambos os lados, de forma separada, propus uma conversa urgente e frente a frente entre as partes. Os representantes dos credores se mostraram favoráveis a negociações diretas; os representantes da Argentina se recusaram", disse Pollack.

O mediador destacou que não houve nenhum acordo na reunião, e que espera novos encontros até quinta (31).

"O tempo para a Argentina evitar o calote é curto. Diante disso, a minha expectativa é de que, de acordo com a orientação do juiz Thomas Griesa em audiência no início desta semana, haja novas reuniões com as partes nos próximos dias", afirmou Pollack.

Na última terça-feira (22), o magistrado negou novamente o pedido da Argentina de suspensão da execução da sentença e ordenou que os representantes do país e dos credores negociassem "24 horas" para chegar a um acordo até a próxima semana.

'Opção pelo calote'

"Hoje, o governo da Argentina deixou claro que optou pelo calote na próxima semana", disse um porta-voz do fundo NML, um dos principais litigantes, que considerou este caminho "lamentável e completamente desnecessário".

"Os credores chegaram ao escritório do mediador preparados para negociar e dispostos a ser flexíveis na busca de uma solução. A Argentina novamente se recusou a negociar qualquer aspecto do litígio."

Os representantes da Argentina se recusaram a fazer comentários após a reunião.

A Argentina queria a suspensão da execução da ordem judicial para ganhar tempo, já que, em dezembro, vence uma cláusula do acordo de reestruturação que prevê que o país não pode oferecer uma melhor condição de pagamento aos credores que ficaram de fora do pacote, sob o risco de novas cobranças pelos fundos da dívida reestruturada.

Segundo o governo argentino, as "implicâncias sistêmicas" dessa cláusula seriam da ordem de US$ 320 bilhões a US$ 500 bilhões.

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