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Nos últimos oito anos, a China saltou do 12º para o 3º lugar na lista dos principais destinos das vendas brasileiras no exterior respondendo por 6,68% do total de nossas exportações. No ranking de fornecedores para o Brasil, o gigante asiático está atrás apenas dos Estados Unidos, com uma fatia de 10,1% das nossas importações. Em 2007, foram US$ 23,36 bilhões em transações bilaterais, com perspectivas de bater nos US$ 30 bilhões em 2008. Parece muito, mas não é, diante do potencial do mercado chinês. O intercâmbio comercial com o Brasil representa pouco mais de 1% das trocas comerciais da China com o resto do mundo.

No primeiro semestre de 2008, a balança comercial da China cresceu 25,7% e alcançou a cifra de US$ 1,23 trilhão deste total, apenas US$ 16 bilhões foram negócios com o Brasil. As exportações chinesas cresceram 21,9% totalizando US$ 666,6 bilhões US$ 8,94 bilhões tiveram o Brasil como destino. As importações tiveram alta ainda maior: 30,6%, num total de US$ 567,6 bilhões, sendo apenas U$S 7,4 bilhões de produtos brasileiros.

Além da pequena fatia brasileira, a pauta de trocas também é pouco diversificada. As exportações brasileiras para o gigante asiático se concentram em produtos primários e inclui óleo vegetal, combustíveis e alimentos. A China já é o terceiro mercado agrícola brasileiro, e principal destino de nossas vendas externas de soja e minério de ferro. Em contrapartida, a China fornece para o Brasil basicamente produtos manufaturados como máquinas e equipamentos, motores de veículos e produtos plásticos.

A meta do governo brasileiro é triplicar as exportações brasileiras para a China e atrair mais investimentos chineses para o Brasil até 2010. Esse é o objetivo da chamada Agenda China, lançada no começo de julho, em parceria com o Conselho Empresarial Brasil-China.

O Brasil não pode continuar não observando esse movimento que ocorreu no mundo inteiro, não incluindo a China no planejamento estratégico, afirmou o secretário-executivo do conselho, Rodrigo Maciel.

Visando diversificar a pauta de exportações para a China, a Agenda China identifica 619 produtos com oportunidades para exportação. Destes, 147 são produtos com potencial para vendas imediatas e capacidade produtiva capaz de atender demanda externa. O grupo inclui, além de produtos alimentícios como peixes, massas e preparações alimentícias, produtos farmacêuticos e químicos, máquinas e equipamentos, higiene pessoal e cosméticos, plásticos, produtos de limpeza, setor automotivo e papel e celulose, entre outros. A China é um grande importador de produtos manufaturados. Dos US$ 956 bilhões que importou em 2007, US$ 712 bilhões foram produtos manufaturados, ressaltou Maciel.

No médio prazo, a Agenda China identifica perspectivas de exportação de leite em pó, por exemplo produto consumido em grandes quantidades pelos chineses mas que, para o Brasil exportar, ainda depende de aumento de capacidade produtiva e de negociação entre os governos. Nos segmentos de máquinas e equipamentos eletroeletrônicos também há vários produtos com possibilidades de médio e longo prazo que implicam em mais investimentos produtivos.

O fundamental, segundo Maciel, é partir com mais agressividade para o mercado que mais cresce no mundo. O Brasil não fez nenhuma promoção comercial na China, apenas reagiu a uma demanda chinesa, que foi de commodities. Se a gente quiser diversificar nossa exportação, e é isso que a Agenda China propõe, temos que partir para uma atuação mais ativa em relação China, disse Maciel.

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