O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, revelou nesta quarta-feira (25), após mais uma reunião do Grupo de Acompanhamento do Crescimento (GAC), antigo grupo da crise, que os empresários presentes voltaram a reclamar do dólar baixo - que torna as vendas de produtos manufaturados mais cara no exterior.
"Muitos empresários presentes reclamaram", afirmou ele a jornalistas. A reunião acontece mensalmente no Ministério da Fazenda, e conta com a presença dos ministros Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento) e Henrique Meirelles (presidente do Banco Central), e de representantes de vários setores do setor produtivo.
"Não é questão de chorar o câmbio, mas a discussão deve estar focada em aumentar a competitividade dos produtos brasileiros. Para que se possa conviver com este câmbio mais baixo. Para isso, devemos resolver questões tributárias, como o acúmulo de créditos do PIS, Cofins e do ICMS", disse Monteiro Neto. Acrescentou que também é preciso atentar para a questão do Custo Brasil, ou seja, melhorar a infraestrutura de transportes.
Ele voltou a dizer que o empresariado apóia a tributação de 2% para aplicações financeiras de estrangeiros no Brasil (bolsas de valores e renda fixa) estabelecida pelo governo federal no último mês. Segundo Monteiro Neto, a medida ajudou a evitar uma queda maior do dólar. "O Banco Central deve continuar comprando dólares e deve-se trabalhar para continuar a liberalização do mercado de câmbio no Brasil", acrescentou.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria disse ainda que os sinais da indústria são "muito positivos". "Os dados são animadores. Olhando no curto prazo, as coisas estão caminhando bem. Mas em um prazo mais longo, há razões para preocupação. Os juros continuam fora de lugar. Mas o que importa é que o governo está trazendo para dentro do Ministério da Fazenda [nas reuniões do Grupo de Acompanhamento do Crescimento] estas questões", disse ele.
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