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Paraná poderá voltar a exportar para a Rússia | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Paraná poderá voltar a exportar para a Rússia| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

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Sauditas suspendem importação do Brasil; Egito, só do PR

O governo Arábia Saudita comunicou ontem ao Ministério da Agricultura a suspensão temporária das importações brasileiras de carne bovina por causa do caso não clássico de vaca louca. O governo do Egito suspendeu as importações apenas do Paraná, onde em dezembro de 2010 ocorreu o caso de vaca louca, que foi comunicado há duas semanas pelo governo brasileiro. China, Japão e África do Sul também suspenderam, na semana passada, as importações de carne bovina do Brasil. Esses três países têm pouca participação nas exportações brasileiras e respondem por apenas 1,5% do total embarcado neste ano.

A Arábia Saudita é tradicional importador de carne bovina in natura e no acumulado de janeiro a outubro deste ano respondeu por 3,1% do total das exportações brasileiras, ocupando o nono lugar. O volume exportado para o mercado saudita foi de 31.296 toneladas, que geraram receita de US$ 143,4 milhões.

Caso a restrição do Egito abrangesse todos estados, o impacto seria maior, porque o mercado egípcio é quarto maior e responde por 8,9% das exportações brasileiras de carne bovina. De janeiro a outubro deste ano, as exportações para o Egito somaram 116.160 toneladas e US$ 462,3 milhões.

O secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, reafirmou ainda ontem, que o serviço sanitário russo, o Rosselkznador, concordou em levantar o embargo imposto há 18 meses às carnes de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. O que falta, enfatiza Porto, é a liberação dos frigoríficos que ainda não podem vender ao país, o que ocorrerá após a análise de relatórios técnicos de cada planta pelos veterinários russos. Ainda ontem, no entanto, o Paraná entrou na "lista proibida" do Egito.

Na semana passada, em entrevista coletiva em Moscou, a presidente Dilma Rousseff considerou um equívoco o anúncio da suspensão do embargo russo pelo Ministério da Agricultura. Célio Porto, que estava com a comitiva em Moscou, salientou que não ouviu a frase dita pela presidente e explicou que havia de fato expectativa de que "o gesto concreto" de reabilitação dos frigoríficos ocorresse durante a visita, o que não ocorreu.

O secretário comentou que no anúncio do fim do embargo, feito durante entrevista coletiva no final dia 28 de novembro, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Ênio Marques, apenas relatou o que havia sido acertado em reunião realizada na semana anterior em Moscou com o chefe Rosselkznador, Sergey Dankvert. Segundo Porto, na ocasião o veterinário russo garantiu que o embargo estava suspenso, mas não assegurava que todos estabelecimentos seriam reabilitados, porque isso dependeria de novas informações sobre as plantas.

Célio Porto afirmou que em junho de 2011, quando o embargo foi imposto, havia 25 frigoríficos dos três estados exportando para a Rússia. O governo brasileiro já enviou "relatórios de auditoria" para reabilitação das 25 plantas (6 de bovinos, 7 de suínos e 12 de aves) e também documentos contendo "planos de ação" para habilitação de outros cinco estabelecimentos que foram vistoriados pelos veterinários russos entre julho e agosto deste mês nos três estados.

Porto disse ainda que as exportações de carne suína dos quatro frigoríficos habilitados (dois de Santa Catarina e outros dois de Goiás e Minas Gerais) para o mercado russo, que estavam suspensas desde o dia 7 deste mês, estão sendo retomadas nesta semana.

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