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Entre os principais atrativos do COE está a possibilidade de mesclar aplicações de diferentes perfis, seja renda fixa ou variável. | Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas
Entre os principais atrativos do COE está a possibilidade de mesclar aplicações de diferentes perfis, seja renda fixa ou variável.| Foto: Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas

Versão brasileira das Notas Estruturadas, populares na Europa e nos Estados Unidos, a aplicação financeira conhecida como Certificados de Operações Estruturadas (COE) completou em janeiro um ano no mercado brasileiro com boa rentabilidade e perspectiva de expansão: em breve, deve passar a integrar o rol de produtos oferecidos por corretoras. Hoje, o investimento é acessível apenas a clientes dos segmentos de alta renda dos bancos, que tendem a suavizar essa barreira.

Santander planeja dobrar emissões de COE em 2015

Os bons resultados do COE desde a entrada no mercado levam os bancos a estimarem crescimento de emissões para este ano. O Santander, que oferece o produto a clientes com renda superior a R$ 10 mil e exige aporte mínimo de R$ 15 mil, espera dobrar o volume de títulos negociados. “É um produto que teve uma aceitação muito rápida”, conta Claudia Getschko, superintendente executiva de produtos de tesouraria do banco.

O Santander trabalha com seis tipos de COE, com destaque para os indexados em câmbio e em índices de bolsa internacional. O banco estuda a ampliação desse rol e também trabalha com a perspectiva de estender a aplicação ao segmento de varejo, em operação que ainda depende da regulamentação em vias de ser implantada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “Isso criará uma condição muito boa para que o mercado se acelere”, diz Claudia.

Outros bancos que oferecem o COE são Bradesco, BTG Pactual, Citi, Credit Suisse, Fator, Itaú e Safra, com variadas barreiras de entrada e de aporte mínimo. (RC)

No primeiro ano de oferta, as notas acumularam R$ 6,2 bilhões em emissões, feitas em 30 mil operações, junto a 14 bancos. Em 64% dos casos, a rentabilidade anualizada foi igual ou superior à taxa DI, referência para remuneração de títulos bancários e que teve índice acumulado de 10,78% no último ano. Menos de 0,1% dos papéis de COE registraram rendimento negativo em 2014. Os dados são da Cetip, que registra, deposita e liquida os títulos.

Flexível

Entre os principais atrativos do COE está a possibilidade de, na estruturação do negócio, mesclar aplicações de diferentes perfis, seja renda fixa ou variável. No ano passado, os ativos que lideraram as opções dos investidores foram câmbio (36,7%), Ibovespa (30,9%) e inflação (26,2%). Ainda é possível indexar o rendimento dos títulos a ativos como juros, commodities e ações internacionais.

O prazo para vencimento da aplicação também varia: no ano passado, os negócios mais buscados foram os com prazo de resgate superior a dois anos, seguidos pelos títulos de curto prazo, com carência inferior a 90 dias.

Essas características fazem com que o instrumento seja flexível e se adapte a diferentes clientes de diferentes perfis. “O COE tem um nível de customização muito grande”, diz Carlos Albuquerque, gerente de produtos da Cetip, que explica que a análise do perfil do investidor é fundamental para a definição dos ativos ideais. Há 35 diferentes combinações de COE, que representam 70 opções de aplicação, já que é possível vincular o papel à variação positiva ou negativa do indexador escolhido.

Outro diferencial é a opção por proteger parte do valor nominal investido. Nesse caso, o dinheiro aplicado fica resguardado, mesmo no caso de perdas. A contrapartida é que, em negócios com esse perfil, o investidor determina um teto de ganho, abrindo mão de lucrar mais, caso a variação positiva fique acima da margem estabelecida no contrato. No primeiro ano, 96% dos COEs emitidos adotaram a proteção.

Expansão

A expectativa de crescimento do COE se baseia em um processo de regulamentação de oferta e distribuição dos títulos, conduzida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que passou, em fevereiro, pela etapa de audiência pública. O trabalho busca estabelecer regras mais claras para o produto, de forma a atrair novos emissores e não tem data precisa para ser concluída.

Entre os agentes financeiros que podem ingressar nesse mercado estão corretoras e agentes bancários internacionais. Os bancos nacionais que já trabalham com o título podem paulatinamente reduzir as barreiras de acesso.

Conheça o COE

Saiba como investir em Certificados de Operações Estruturadas:

O que é

O COE é um título de captação, emitido por bancos, que remunera o investidor com base nos indexadores escolhidos pelo cliente, que podem ser de renda fixa ou variável.

Quem emite

Atualmente, 14 bancos emitem o COE, cujo trabalho de registro, depósito e liquidação é feito pelo Cetip. Há expectativa de que, em breve, corretoras também passem a distribuir os títulos.

Quem pode comprar

Embora não haja restrições legais, o mercado convencionou oferecê-los a clientes do segmento de alta renda, o que deve mudar com o tempo.

Como funciona

O investidor escolhe o prazo e o perfil da aplicação, selecionando os ativos que deseja utilizar como indexador do rendimento. Os mais populares são câmbio, inflação e Ibovespa. É possível proteger o capital aplicado, mediante a limitação das possibilidades de ganho, e vincular o rendimento à alta ou à baixa dos indicadores escolhidos.

Taxação

A tributação segue a tabela regressiva de Imposto de Renda aplicada a investimentos. A cobrança de taxa administrativa varia conforme o banco.

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