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Sandy Flockhart, chairman do banco para a América Latina: atividade bancária deve crescer até 20% no Brasil em 2010 | Divulgação
Sandy Flockhart, chairman do banco para a América Latina: atividade bancária deve crescer até 20% no Brasil em 2010| Foto: Divulgação

É quase como um banco dentro do banco. O HSBC está apostando nos países emergentes para manter o crescimento em um mundo onde riqueza não é mais sinônimo de estabilidade econômica – Estados Unidos e União Europeia estão aí para provar isso. Segundo o escocês Sandy Flockhart, chairman do banco para a América Latina, o comércio entre os países em desenvolvimento vai concentrar em 2010 algo como US$ 1,3 trilhão. "Está crescendo significativamente. E nós seremos um canal importante para essas transações", diz.

Flockhart representa as subsidiárias da América Latina no Conselho de Administração do banco, e passa a maior parte de seu tempo em Hong Kong, onde fica a sede global da instituição. Na semana passada ele fez um tour pela região, com passagens por São Paulo, Curitiba, Buenos Aires, Panamá e México. Suas expectativas em relação ao Brasil são das melhores. Ele espera um crescimento de 19% a 20% para a atividade bancária no país – perto de três vezes o que se espera para o PIB deste ano –, e acredita que o HSBC pode ter um bom aumento nesse ambiente.

Foi por essa razão que o banco investiu US$ 600 milhões na capitalização do HSBC Brasil, volume que equivale a quase 50% de toda a colocação de capital feita na América Latina (US$ 1,3 bilhão). No ano passado, o banco HSBC lucrou R$ 671,6 milhões no país, pouco mais da metade dos R$ 1,35 bilhão que havia ganho em 2008. "O Brasil tem tido um desempenho muito bom para nós. É um lugar muito atraente para alocar capital", afirma. O crescimento, entretanto, será orgânico. "Não há nenhum alvo disponível para aquisição", resume. "São necessários dois para dançar o tango."

A maneira como a crise dos últimos dois anos afetou os países emergentes foi essencial para essas decisões de investimento. E essa é uma das características que distinguem esses eventos de todas as outras crises do passado. "Os bancos nos mercados emergentes não foram afetados", diz Flockhart. Isso ocorreu, de acordo com o executivo, porque eles não estavam envolvidos em operações complexas como aquelas que tinham relação com as hipotecas venenosas dos Estados Unidos, nem com seus subprodutos.

Quer dizer que os bancos brasileiros foram beneficiados por serem menos sofisticados no uso e montagem de produtos financeiros? "Não exatamente", observa. "Eles eram menos envolvidos em riscos que não são ligados aos seus países." Seja por impedimentos regulatórias ou por falta de apetite pelo risco, isso lhes serviu de proteção. Essa regra deve valer para o mundo de agora em diante. "Bancos deveriam ser bancos. Deviam buscar lucros somente a partir de serviços demandados pelos seus clientes, e não assumir enormes riscos por si próprios", sugere Flockhart.Como os emergentes irão crescer mais do que média global, é natural que surja uma maior conectividade entre eles – uma tendência que o HSBC quer aproveitar. A política interna de trabalhar com equipes internacionais facilita esse diálogo. Há, por exemplo, dois diretores brasileiros nas operações do banco em Xangai e outros três em Hong Kong.

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