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Dono da Trattoria do Victor, Francisco Urban destaca o fácil acesso do Batel Soho como atrativo | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Dono da Trattoria do Victor, Francisco Urban destaca o fácil acesso do Batel Soho como atrativo| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Boa mesa é destaque no Cabral Soho, Arte Cívico e Jardins

As regiões do Centro Cívico, Cabral, Juvevê e Hugo Lange estão se solidificando como polos de serviços na capital principalmente nos segmentos de saúde e bem-estar e gastronomia.

Na região do Cabral, o entroncamento das rápidas e a vizinhança da Avenida Paraná dão corpo ao Cabral Soho, uma das áreas mais ricas da região norte de Curitiba. Ali, a maioria dos 428 estabelecimentos é voltada à gastronomia e ao bem-estar. Entre os pequenos negócios, o destaque é para a moda, que tem 80 representantes de pequeno porte.

Logo ao lado, na região do Museu do Olho, o Arte Cívico, uma mescla que faz referência ao potencial artístico da obra de Oscar Niemeyer e ao Centro Cívico, bairro que concentra as sedes do poder da capital e do estado, é o menor dos oito clusters, mas nem por isso menos significativo, principalmente no segmento de bem-estar e gastronomia. Mais da metade das 113 empresas analisadas pela pesquisa são dos dois segmentos.

A região da Rua Itupava, hoje um polo gastronômico da capital, se junta à região conhecida como Jardim Ambiental e forma os Jardins, com vocação para o bem-estar e a gastronomia, principais negócios do clusters. A área educacional é destaque entre as grandes empresas da região, que concentra colégios conhecidos em toda a capital.

Ao Norte

Santa Felicidade é muito mais que restaurantes

A região de Santa Felicidade é conhecida nacionalmente pelos restaurantes. Engana-se quem pensa, porém, que esse é o principal negócio deste polo. Não é, pelo menos em número de estabelecimentos. De cada dez empresas analisadas na área, três são de decoração e duas do ramo de saúde e bem-estar. Gastronomia é apenas o terceiro em número de empresas na região. Os restaurantes são destaque mesmo na Avenida Manoel Ribas e na Via Vêneto principalmente quando observado o porte das empresas. Do total das 63 grandes estabelecimentos da região, 24 (ou 38%) são da área gastronômica.

Dois "Batéis" em um só

Mais antiga e consolidada região de serviços de Curitiba, o Batel Soho, com seus 431 estabelecimentos nos segmentos analisados, tem sua vocação na área da gastronomia – um terço das empresas são do setor de bares e restaurantes. Seu vizinho, o Batel Clássico vai ganhando contornos de cluster devido ao seu polo consolidado, principalmente na área gourmet. Das 231 empresas da região, 109 são bares e restaurantes. A região ganha esse nome porque fica no entorno da Avenida do Batel, onde começou a concentração de empresas. Tem em seu eixo ainda importantes ruas, como a Capitão Sousa Franco, a Martim Afonso, a Desembargador Motta, a Brigadeiro Franco e a Comendador Araújo.

Centros Histórico e Cultural lado a lado

As regiões do Largo da Ordem e do Calçadão da XV de Novembro foram elencadas pela pesquisa como polos de serviços na capital e ganharam, respectivamente, o nome de Centro Histórico e Centro Cultural. Apesar de vizinhas, ambas têm vocações bem diferentes uma da outra. No Centro Histórico, a gastronomia é responsável por um terço dos negócios, enquanto a moda é destaque no Centro Cultural. Uma em cada cinco empresas do polo é um pequeno negócio do segmento. O setor histórico dá nome ao cluster porque foi ali que o vilarejo que hoje é a capital do estado foi fundado. A região do Teatro Guaíra e dos prédios centrais da UFPR são uma das razões para dar o ar cultural a essa região do Centro da cidade.

2,6 mil empreendimentos foram identificados para a pesquisa dos novos polos de comércio e serviços de Curitiba. Destes, 1,5 mil são pequenos negócios. Eles fazem cada região se destacar em segmentos como alimentação, decoração e moda.

428 estabelecimentos foram pesquisados na região do Cabral Soho, uma das áreas mais ricas da região Norte de Curitiba. A maioria deles é voltada à gastronomia e ao bem-estar. Entre os pequenos negócios, o destaque é para a moda, que tem 80 representantes.

Queridinho de muitos curitibanos, o Batel Soho está virando modelo para outras partes da cidade. São regiões em que, assim como no entorno da Praça da Espanha, pipocam novos negócios, que extrapolam suas ruas principais e chegam a outros pontos, formando grandes áreas de influência. Não é que brotaram de um dia para o outro: são pontos em que novos empreendimentos foram chegando e se concentraram em poucos quarteirões, formando áreas de influência, que agora recebem uma classificação metodológica.

INFOGRÁFICO: Veja os principais estabelecimentos de cada região

Sem respeitar os limites oficiais de bairros, essas regiões, levantadas em uma pesquisa do Brain Bureau de Inteligência Corporativa, concentram 2,6 mil empreendimentos na área educacional, automotiva, de saúde e bem-estar, de moda, alimentação e decoração. O levantamento identificou sete áreas que, assim como o Batel Soho, ganham cara de polos regionais, atraindo consumidores de todas as partes da cidade e que foram nominados pela pesquisa como Batel Clássico, Santa Felicidade, Centro Histórico, Centro Cultural, Jardins, Arte Cívico e Cabral Soho – nomes debatidos com empresários locais e que ainda não são definitivos.

Concentração

Diferente de várias ruas da capital, que concentram empreendimentos e dão vida própria ao comércio local, essas áreas nasceram de ruas que hoje já não têm mais espaço para novos negócios, fazendo com que a região como um todo se desenvolvesse. Fábio Tadeu Araújo, sócio da Brain, explica que o levantamento foi feito com base na observação de vários pontos da cidade, levando em consideração a densidade populacional do entorno, a vida diurna e noturna do comércio local e o desenvolvimento de pelo menos dois tipos de negócios muito bem estabelecidos. "Encontramos essas características nessas áreas, que são de ocupação mais antiga e que hoje têm uma diversidade tamanha que geram uma atratividade perene", avalia.

Dos 2,6 mil empreendimentos, 1,5 mil são pequenos negócios, o que se reflete no dinamismo da região. Um terço das empresas, porém, são de médio porte, o que reforça a influência das regiões na oferta de serviços. "São áreas em que segmentos como alimentação, decoração e moda, por exemplo, se destacam e mostram a vocação da região", salienta Araújo.

A união faz a força, segundo empresários

Qual o verdadeiro ganho em dar uma denominação a uma região da cidade? A representatividade que o polo exerce na atração de consumidores e novos empreendimentos com vocações semelhantes faz com que essas regiões agreguem valor, seja comercial ou simbólico, ao negócio ali instalado. Empresários do Batel Soho, pioneiro nesta denominação formal, contabilizam ganhos que vão de mais clientes a praças mais bem cuidadas.

Dona da loja de móveis Decormade, Maria Sch­­­wartsburb vê com bons olhos a denominação para o local. Segundo a empresária, o Soho elitizou e deu mais glamour ao local. "O Batel Soho virou uma referência de restaurantes e lojas sofisticadas", observa.

Para o dono dos restau­­­rantes Píer do Victor, Fran­­­cisco Urban, estar no Batel Soho faz toda a diferença. Estrategicamente localizada entre as ruas Fernando Simas e Saldanha Marinho, a Trattoria do Victor foi inaugurada em julho deste ano. "O Batel Soho é um bom polo gastronômico, uma região charmosa e de fácil acesso. Procuramos estar bem perto do público", explica Urban.

Nem tudo são flores

Mas não são apenas clientes que são atraídos para a região que ganha fama. Eventos de rua, que atraem milhares de pessoas, passam a eleger o ponto como local de encontro. É o caso do Réveillon Fora de Época, na Praça da Espanha, que, segundo os empresários da região, acaba diminuindo a clientela dos bares e restaurantes durante a festividade – o que não preocupa Urban. "É bom ter pessoas caminhando, marcando encontros por aqui. Perdemos a clientela em um dia, mas em longo prazo é bom para o conceito da região", pondera.

Colaborou Mariana Ceccon.

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