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Cristina Junqueira: “Empreender não é glamuroso, a gente precisa olhar para as dificuldades de maneira natural. Vai doer”. | Divulgação/Nubank
Cristina Junqueira: “Empreender não é glamuroso, a gente precisa olhar para as dificuldades de maneira natural. Vai doer”.| Foto: Divulgação/Nubank

Resolver um problema “grande o suficiente” é o principal segredo do sucesso de qualquer nova empresa, de acordo com Cristina Junqueira, cofundadora e vice-presidente do Nubank. Isso significa realmente procurar uma “dor real” e, assim, criar a base de clientes em potencial.

“Tem muita gente que fala ‘ah eu adoro isso, tenho esse hobby, essa paixão nesse assunto então eu vou empreender nessa área’, tá bom, mas who cares?. Você precisa de cliente, de um modelo de negócios”, disparou a executiva em palestra durante o evento anual da Fundação Estudar em São Paulo. Essa é a dica principal de Junqueira para qualquer empreendedor no início da caminhada.

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Nesse sentido, ela acredita que o Brasil é um dos mercados que mais oferecem oportunidades para quem quer montar um negócio. “Gente, olha em volta. No Brasil a gente é tão maltratado como cliente, tem tanta oportunidade. Eu brinco que se o Nubank hipoteticamente acabasse, eu tenho umas 20 ideias das próximas coisas que eu ia fazer, todas relacionadas a dores muito grandes que todos nós aqui sentimos todos os dias”, continua. E conclui: “encontra uma [dor] dessas e vai atrás”.

Para quem já está no meio do caminho, ela tem outra dica: saber lidar com as dificuldades. “Empreender não é glamuroso, a gente precisa olhar para as dificuldades de maneira natural. Vai doer. Se não estiver doendo é porque você não está indo rápido o suficiente”, garante.

E no Nubank?

“No mercado em que estamos, inovação muitas vezes é vista como carteira digital, pulseira de pagamento, anel... Nós não temos nada disso”, reflete Cristina. “Inovação é encontrar um problema real e resolvê-lo”.

É justamente isso que a empresa propõe, e analisar seus produtos é entender essa estratégia. A tecnologia, para o Nubank, significou diminuir drasticamente custos operacionais e oferecer produtos que já existiam em uma embalagem renovada.

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Com um cartão de crédito comum, o Nubank inova em dois sentidos: valores (sem anuidade, juros menores que a média) e atendimento. Qualquer problema que o cliente tenha pode ser resolvido rapidamente – nem existe agência física.

No início desse mês, a empresa lançou seu programa de fidelidade próprio, o Rewards. De novo, nenhuma inovação digna de ficção científica: o programa é pago, porque não se sustentaria sozinho. O que é diferente? Os pontos não expiram, a conversão não depende da cotação do dólar e o uso da pontuação é feito rapidamente através do app sem precisar transferir para quaisquer outras plataformas.

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Somado a essa filosofia, outro fator provavelmente vital para o tamanho do sucesso do roxinho foi, por contraditório que pareça, a crise econômica. “Economicamente, passamos pelos piores anos do Brasil na nossa fundação. Esse é justamente o momento quando as pessoas procuram alternativas aos serviços mais caros, é quando a startup se torna mais propícia”, narra Cristina.

Deu certo?

Nada disso significa lucro de imediato, mas a empresa afirma caminhar no sentido que gostaria. Em 2016, o Nubank registrou prejuízo líquido de R$ 112 milhões, 273% mais alto que o de 2015. Por outro lado, a receita saltou 644% para R$ 77,1 milhões. Isso, de acordo com a companhia, é reflexo do crescimento acelerado.

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