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Socachewsky, que cursou Turismo e Ad­minis­tra­ção:  ambiente acadêmico ajudou a desenvolver o espírito em­pre­­en­-dedor | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Socachewsky, que cursou Turismo e Ad­minis­tra­ção: ambiente acadêmico ajudou a desenvolver o espírito em­pre­­en­-dedor| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Histórias

Encontrar a oportunidade é meio caminho para o sucesso

O estudo do Sebrae também mostra que os negócios não são mais abertos por necessidade, mas sim por oportunidade. É o caso do administrador de empresa Dalmer Vinicius Maffei, que deixou o emprego em uma multinacional, em 2001, para ser empreendedor.

No segundo semestre deste ano, depois de analisar o mercado, ele criou um produto até então inexistente no país: petiscos orgânicos para cães. "Não adianta você apenas fazer igual ao outro. Você tem que criar uma metodologia própria", conta Maffei, que buscou informações do mercado internacional para lançar seu produto. A ração, já testada por diversos pet shops da cidade, será lançada no segundo semestre deste ano.

O empresário João Pedro Staub, empreendedor há 30 anos, também encontrou uma oportunidade de negócio. Em 2010, depois de uma conversa com a filha, que precisava de um produto para apresentar na faculdade, ele projetou um cesto de lixo diferente, feito de metal, mais durável e que ocupasse menos espaço.

O negócio deu tão certo que as vendas, tímidas no primeiro ano, aumentaram mais de 1.000% em 2013. "Já vendemos para o Mato Grosso, São Paulo e Paraná. Minhas lixeiras estão sendo instaladas em praças e vias públicas", salienta.

O consultor Maurilio Alberone, da Bizstart, considera positiva a mudança de postura do empreendedor brasileiro, mas pontua que ela ainda está em fase inicial. "Acredito que estamos na adolescência desse novo momento de empreendimento por oportunidade, e não por necessidade", diz. No futuro, segundo ele, o segmento vai amadurecer mais ainda, principalmente por conta da otimização dos processos tradicionais.

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O grau de instrução dos empreendedores brasileiros aumentou na última década e, por consequência, a taxa de sobrevivência nos dois primeiros anos das empresas também cresceu – ao menos é o que diz um levantamento do Sebrae. A relação entre esses dois vetores está gerando negócios mais sólidos, abertos pela oportunidade e não mais pela necessidade, ressaltam os especialistas.

INFOGRÁFICO: Veja qual o nível de escolaridade dos empresários

De 2001 a 2011, a fatia dos donos de negócio que haviam cursado ensino médio completo saltou de 38% para 53%. Já a proporção dos que cursaram até o fundamental completo caiu de 62% para 47%, de acordo com levantamento do Sebrae feito com base em números do IBGE.

Para o Sebrae, esse aumento de escolaridade tem relação direta com o aumento da expectativa de vida das empresas. Em 2001, de acordo com a entidade, 51% das empresas conseguiram comemorar o segundo ano de existência. Em 2011, essa parcela passou para 73%.

O estudo aponta ainda que 10% dos empresários do país têm ensino superior completo ou mais. É o caso do Gustavo Socachewsky, sócio do hotel Santa Paula, em Guaratuba. O jovem, de 29 anos, cursou turismo e administração, e diz que o ambiente acadêmico foi fundamental para o desenvolvimento de seu espírito empreendedor. "Antes da faculdade eu não tinha uma ideia clara. Quando obtive conhecimento, comecei a entender as variáveis da empresa e aprendi a ser um gestor", diz.

Semente

A semente do empreendedorismo, segundo Samir Bazzi, coordenador do Nú­cleo de Empregabilidade e Empreendedorismo da FAE Centro Universitário, está sen­do plantada desde cedo. "Queremos incutir na cabeça do estudante a não pensar somente em ser funcionário, mas também em ser empresário.", salienta.

O gerente de atendimento do Sebrae-PR, André Basso, ressalta ainda que o empresário começou a entender que a educação é exigência mínima na sociedade atual. Outro fator que colaborou com o amadurecimento do empreendedorismo foi o acesso a novas tecnologias. A maior disponibilidade de informações e ferramentas, segundo Passo, dá ao empreendedor a capacidade de entender melhor seu negócio e o mercado em que atua. "Uma pessoa mais escolarizada tem mais possibilidade de conhecer técnicas de gestão e análises", exemplifica.

Outro ponto que favoreceu a alta da escolaridade foi o bom momento econômico vivido pelo país na década passada, segundo Maurilio Alberone, da consultoria empreendedora Bizstart. "A melhora na economia trouxe um maior índice de escolarização e isso aumentou a escolaridade da população em geral, inclusive a dos empresários", pontua.

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