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Gean Chu e Gilberto Verona Filho transformaram as paletas mexicanas em modelo de negócio | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
Gean Chu e Gilberto Verona Filho transformaram as paletas mexicanas em modelo de negócio| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Modelos

A franquia Los Paleteros trabalha com três modelos de loja: quiosque, loja de rua e em shoppings. O investimento mínimo é de R$ 220 mil para montar um quiosque, com R$ 50 mil de taxa de franquia e R$ 140 mil para capital de giro inicial. Para as lojas, a taxa de franquia é de R$ 70 mil. No plano da rede, o empreendedor recupera o investimento entre 12 e 24 meses, em um cálculo conservador, de acordo com Gean Chu. "Mas temos casos de operações que deram retorno entre quatro e oito meses", diz.

Opinião

Ser pioneiro é ótimo, mas saber explorar a novidade pode ser ainda melhor

Daniel Alberto Bernard, diretor-geral da NetplaN Consultoria e Coordenador da Câmara Setorial de Franchising da ACP

Muitas franqueadoras apresentam fases de crescimento exponencial. Uma vez superada a fase piloto, passados um a dois anos da abertura das primeiras unidades, chega a hora do crescimento acelerado e em escala. Algumas características do negócio podem se apresentar como inovadoras aos olhos do cliente: um produto diferenciado, acessível, fácil de ser apresentado, sem muitas objeções à primeira vista; com bom preço ou uma relação de custo-benefício favorável e perceptível antes do consumo do produto ou serviço; uma comunicação atraente e persuasiva; um atendimento de primeira. E eis que surge a mais nova febre da cidade!

É nesta fase que a rede precisa se capitalizar e se consolidar como negócio. Ela consegue atrair e reter talentos e recursos financeiros, está aquecida, e precisa de estrutura para sustentar seu crescimento. Investidores disputam para se tornarem os primeiros a trazer a novidade para sua região. Em paralelo, concorrentes à espreita já mapeiam os pontos fracos e procuram logo superar as barreiras à entrada, de modo a desenvolver e a reproduzir uma cópia do conceito original.

É preciso aproveitar o boom da novidade enquanto durar. Ficou fácil montar lojas de Frozen Yogurt depois que descobriram que os fornecedores da líder nacional Yogoberry e da líder mundial, a canadense Yogen Fruz, resolveram vender para qualquer um que se apresentasse para adquirir seus produtos. Por esta razão, a partir de um determinado momento, o mercado ficou saturado.

Quem copia simplesmente não tem a mesma imaginação e iniciativa de quem cria, e costuma ser taxado como um seguidor de tendência muitas vezes de caráter duvidoso. O curioso e paradoxal é que existe algo de positivo no caso de cópias melhoradas do original, o chamado "copicat". Ser pioneiro é ótimo, mas saber explorar a novidade pode proporcionar um resultado ainda maior. E o ótimo pode ser inimigo do bom.

Mais do que paletas mexicanas, a empresa Los Paleteros, de Curitiba, é uma fábrica de novos negócios. A marca registra o número de lojas abertas na mesma velocidade com que conta a produção dos picolés artesanais. Até junho, serão 40 pontos de venda – a meta é fechar o ano com 64 em território nacional e uma unidade fora do país. Para atender a demanda dos franqueados, foram investidos R$ 8 milhões na construção de uma fábrica em Barracão, no interior do Paraná, que hoje produz 500 mil palitos por mês e deve dobrar a produção a partir de agosto.

A expansão da empresa fazia parte do plano de negócios. Os sócios Gean Chu e Gilberto Verona Filho, ambos com 24 anos e formados em engenharia de computação, desenharam a Los Paleteros para crescer e se multiplicar. "Desde o início ela foi formatada para ser uma rede de franquias", explica Chu. A estratégia de lançamento do produto, apresentado ao público em um quiosque em Balneário Camboriú no fim de dezembro de 2012, cumpriu o objetivo. "É um lugar que atrai turistas de todos os cantos do país. Em três meses, tínhamos a primeira franquia instalada em Curitiba", conta.

Ao mesmo tempo em que investiram em pesquisa de mercado para entrar no ramo de sorvetes e montar a indústria, os sócios desenharam a estrutura da marca para a franquia. Uma temporada com parentes de Verona, no México, ajudou a desenvolver o produto. O paletero original é uma iguaria popular, feita em núcleos familiares, em fundo de quintal. Para disputar o mercado de sorvetes no Brasil, que cresceu 70% nos últimos cinco anos, Chu apostou em uma versão premium, natural e de consumo rápido. Para fabricação, procurou equipamento nos Estados Unidos e fez adaptações na máquina para adequá-la ao conceito criado pela marca.

Enquanto isso, o negócio era estruturado para ganhar mercado. A estratégia de mar­keting apostou na experiência do cliente em consumir um produto diferente, desde o sabor até o ambiente. As lojas são decoradas com motivos mexicanos e a marca está apoiada nos personagens Santiago, Emiliano e Alejandro, que funcionam como embaixadores. O trabalho das redes sociais estimulou a divulgação da paleta. "Postávamos fotos dos clientes no Facebook, convidando-os a replicar a experiência com amigos. Chegamos a 150 mil fãs na página", explica.

Com o sucesso de público, os empreendedores se candidataram para abrir as franquias. Dos 24 pontos de operação atuais, apenas as lojas de Balneário Camboriú e da Praça Espanha, em Curitiba, são próprias. As demais estão nas mãos de 16 franqueados. A empresa agora aposta em São Paulo para crescer e chegar aos R$ 35 milhões de faturamento previstos para 2014.

Expansão

Franqueados investem R$ 3 milhões para levar negócio até São Paulo

O plano de expansão da Los Paleteros para fora do Paraná está sendo executado pela dupla Claudio Batista Júnior e Edson Lima, de Curitiba. Os dois detêm o maior número de lojas da rede: duas na capital do estado, uma em Foz do Iguaçu e uma em São Paulo, no SP Market, aberta no fim de abril. Outras três operações em São Paulo já estão contratadas. Só nas lojas paulistanas, Batista e Lima vão investir R$ 3 milhões. "A meta é chegar a 12 lojas até o fim do ano", explica Batista. A primeira franquia foi adquirida em junho de 2013.

Para crescer no ritmo planejado, os sócios seguem os passos dos franqueadores. A logística azeitada e independente foi conquistada com a compra de um caminhão próprio para abastecer as lojas. Os dois também fazem uma seleção criteriosa para contratação dos gerentes das filiais. "Confiamos nos profissionais que compõem a rede, que tem infraestrutura de apoio que vai desde o marketing à arquitetura dos pontos de venda. Esse suporte e as qualidades do produto são fundamentais para o sucesso do negócio", diz.

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