Qual a receita de sucesso para que as pequenas empresas tenham sucesso nas redes sociais? Na foto, Rodrigo Sasi, dono da Open Studio, pequena empresa que tem nas redes sociais a origem de 99% de seus clientes.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A relação do brasileiro com as redes sociais é algo que beira a obsessão. Em nenhum país do mundo as pessoas gastam tanto tempo navegando nas redes como aqui (a média é 60% superior à mundial). Mesmo assim, ainda tem empresa que vira as costas para este canal de diálogo. Seria o equivalente, no “mundo real”, a bater a porta na cara do cliente. Não é legal. Buscar ajuda profissional sempre pode ser uma boa ideia. Mas existem algumas regrinhas que todo empreendedor deve saber, se quiser mandar bem nas redes sociais.

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No começo da internet eram comuns as listas telefônicas virtuais. Hoje, muitos usuários encontraram o que querem comprar pelo Facebook e seus similares. Busque pela memória: você entrou na página do Facebook da loja ou marca, em alguma de suas compras mais recentes? É provável que sim.

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A especialista em social media Manoela Ebert, da Cereja Marketing Digital, explica que as redes aos poucos substituem os sites na função de serem vitrines online das empresas.

Portanto a primeira regra para pequenas e médias empresas nas redes sociais é: esteja nelas. Mas calma lá. Não é “porque todo mundo está” que você precisa estar também. Só vale entrar se for com um objetivo.

“Por que você quer estar lá? O que quer fazer? Quer vender? Só mostrar sua marca? Ás vezes, a pessoa nem tem um produto para vender, é um serviço. Então este é o ponto de partida”, explica Manoela. “Se não vira bagunça.

Qual rede social é melhor para o seu negócio

Mas em quais redes focar? Isso depende. Primeiro, vale a máxima da publicidade de que “menos é mais”. Só entre em uma rede se for para fazer bem feito.

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Além disso, é preciso entender bem qual o seu cliente. E o perfil de cada plataforma. O público adolescente, por exemplo, tem esvaziado o Facebook (onde toda a família se encontra) e ocupado redes como o Snapchat e até mesmo o Twitter.

Já o Instagram tem um grande foco em imagens. Por isso pode ser interessante se o produto tem um apelo ao olhar (algo que é comum na gastronomia). E por aí vai.

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“Tem que pensar bem qual o objetivo e ver cada particularidade de cada rede. Não adianta abraçar todas. As vezes é melhor ter uma rede super legal, bem feita, do que estar em todas. Qualidade, e não quantidade”, define Manoela Ebert.

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Bem feito significa periodicidade. Não existe um modelo único, mas uma média boa é fazer uma postagem por dia. Ou, pelo menos, quatro a cinco por semana. É uma forma de mostrar que aquela empresa segue existindo, e que aquela página não é fantasma.

Também é bom lembrar que as mídias sociais são um canal de diálogo, e não só um espaço de exposição da marca. Muitas empresas não respondem as pessoas que interagem com ela na web, o que é ruim. Além de estar nas redes, é preciso interagir, conversar. É um canal de comunicação.

Mídia barata

Uma vantagem das redes sociais é que é uma mídia relativamente barata. E que atinge muita gente. A eMarketer estima que o número de usuários ativos nas redes, no Brasil, chegou a 93,2 milhões, em 2016. A cada três perfis sociais na América Latina, um é brasileiro.

O Facebook ainda domina o mercado. Das pessoas que estão em alguma rede, 95% integram a plataforma de Mark Zuckemberg. A Comscore estima que, cada vez que um brasileiro entra em uma rede social, ele gasta 21 minutos da sua vida. É uma média 60% superior à nacional.

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Mas a presença descuidada nas redes pode ser o barato que sai caro. Manoela Ebert, da Cereja Marketing Digital, conta que é comum clientes gastarem “os tubos” com anúncios completamente inúteis no Facebook e Instagram, por exemplo, por não saberem como segmentar e escolher bem o público-alvo.

“Thanks, #CoolGuys”

Fundada em 2012, a Open Studio é uma marca de roupas de um segmento bem específico: o de moda masculina elegante (mas não extravagante), produzidas localmente (de forma sustentável), e consumida globalmente.

Esta frase gigantesca, elaborada pela reportagem, é resumida em uma hashtag minimalista: #coolguysclub. É principalmente pelo Instagram que estes “cool guys”, os clientes da marca, interagem. A rede, ao lado do Facebook, hoje é responsável por quase a totalidade da captação de clientes da marca.

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A página oficial da marca é bastante atualizada, com fotos bem feitas, frases curtas e poucas hashtags. Visual que orna com o nicho de clientes, que gastam, em média, R$ 400 em cada compra feita na loja.

Os próprios consumidores usam a rede social para propagandear a marca. “Nosso cliente é nosso principal modelo”, brinca Rodrigo Sasi, fundador da marca, que se esforça em manter um certo encanto em torno da marca.

“Cada envio que a gente faz vai com uma cartinha escrita à mão, com um ‘thanks, cool guys’, e o cara se identifica, publica, usa nossa hashtag, nossa arroba”, conta Sasi, orgulhoso do feito.

Além disso, Rodrigo Sasi acredita que a loja tem ideias com os quais o consumidor se identifica. A Open Studio rivaliza em preço e estilo com uma famosa loja de departamento espanhola, diz ele. A diferença é que a marca brasileira preza pela qualidade e pela sustentabilidade em toda sua cadeia de produção.