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Rio de Janeiro – Diante de uma platéia de cerca de 200 empregados da Varig, o coordenador do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Márcio Marsillac, admitiu a possibilidade de não ter como depositar, até amanhã, o sinal de US$ 75 milhões para validar a oferta de US$ 449 milhões pela companhia. "Ninguém tem cem por cento de segurança de que esses recursos estarão à disposição, de que serão apresentados por esses investidores até sexta-feira", disse Marsillac, garantindo ter três memorandos de entendimentos com investidores. "Se com quem estamos negociando não depositar, não temos como fazer o depósito." O TGV foi o único a fazer uma oferta pela Varig em leilão realizado no último dia 8.

Durante a manifestação em frente à sede da Varig, Marsillac criticou a atuação do governo no caso e garantiu que os trabalhadores vão lutar para mantê-la. Mas o tom do TGV já mudou e ele frisou que, caso "o pior aconteça", vai apresentar a conta ao Palácio do Planalto. "Não vamos ser só nós a morrer aqui, não. Esse governo será responsabilizado pelo descaso frente a essa situação", disse.

Financiamento

O ministro da Defesa, Waldir Pires, afirmou ontem que a atual situação da NV Participações (empresa formada pelo TGV) impossibilitará a concessão de um empréstimo por parte do BNDES, já que até agora não há formação jurídica dessa empresa. "Evidente que não [vai conceder o empréstimo nessas condições]. Ninguém tem competência para atuar fora da lei, nem o governo", disse o ministro.

A prioridade do Ministério da Defesa é garantir o retorno dos passageiros no exterior – que podem chegar a 50 mil nos próximos 45 dias, segundo o Planalto. "A grande preocupação nossa é justamente o repatriamento dos brasileiros que estão fora e vão voltar", disse Pires. Para os que estão no Brasil, ele recomenda um pouco de paciência. "Que ele (o passageiro) volte para casa e aguarde um pouquinho."

Ontem a Varig anunciou a suspensão temporária de dez rotas internacionais, além de "algumas" nacionais, que não foram descritas pela empresa (veja quadro acima). No entanto, a companhia divulgou as rotas nacionais que serão mantidas mesmo em dias de crise. O critério utilizado no mercado doméstico é a maior procura pelas rotas e horários mantidos. Já a justificativa para os cancelamentos seria a negociação com empresas de leasing credoras da Varig.

Se o depósito de US$ 75 milhões não for efetuado até amanhã, existem três alternativas para a Varig: falência imediata, falência continuada, caso haja um aporte de recursos, ou o aparecimento de um novo investidor.

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