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O número de pessoas empregadas na indústria aumentou em 0,21% na comparação com julho e 2,28% em relação a agosto de 2005. Esta foi a nona expansão mensal da taxa de emprego apurada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta terça-feira.

"O aumento de postos de trabalho na indústria supera a expansão das horas trabalhadas na comparação atual", diz o documento da CNI. Trata-se da maior taxa de crescimento entre um mês de 2006 e igual mês de 2005.

Já as vendas reais da indústria recuaram 1,13% em agosto, de acordo com dados dessazonalizados divulgados pela CNI. A valorização do real frente ao dólar, que diminui o faturamento em reais das firmas exportadoras, foi a principal causa da queda. Segundo a entidade, a taxa média de câmbio foi de R$ 2,16 em agosto, enquanto em julho o dólar estava valendo R$ 2,19.

A CNI, no entanto, considera que existe certa dispersão no comportamento da atividade econômica. Se por um lado as vendas da indústria caíram em agosto, as variáveis mais diretamente associadas à produção - horas trabalhadas e nível de utilização da capacidade instalada - apresentaram-se estáveis.

- A fotografia do ano já está se delineando com mais clareza... As cores não são tão fortes - resumiu o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Ainda assim, a CNI aposta em "expansão moderada" nas vendas da indústria em 2006.

Nos próximos meses, a tendência é de números melhores de faturamento da indústria, pela proximidade das festas de final de ano.

O economista da CNI Paulo Mol lembra também que, no caso das exportações, o dólar estava perto de R$ 2,20 no final de 2005.

- O efeito do câmbio tende a ser menor (sobre o faturamento das vendas externas) no quarto trimestre, na base comparativa - explicou.

As horas trabalhadas na produção mostraram-se estáveis em relação a julho, com um pequeno aumento de 0,11%. No mesmo mês, as indústrias operaram em média com 81,5% de utilização da capacidade instalada. Esse indicador está no mesmo patamar há mais de um ano.

Em relação a agosto do ano passado, houve um aumento de 3,91% nas vendas reais da indústria.

No acumulado de janeiro a agosto, as vendas do segmento apresentam queda de 0,08% em relação a igual período de 2005.

Para os economistas da CNI, a "tendência é de expansão moderada" nas vendas da indústria em 2006.

Os indicadores da CNI são levantados mensalmente com base em consultas feitas a aproximadamente 3 mil grandes e médias empresas.

No acumulado de janeiro a agosto, houve avanço de 1,60% no pessoal empregado pela indústria em relação ao mesmo período de 2005. Em horas trabalhadas, a alta foi de 1,05%, na mesma base de comparação.

O destaque na geração de empregos está na indústria de alimentos, segundo o economista Mol. O desempenho desse segmento tem forte relação com o aumento da renda e do poder de compra do trabalhador.

O economista alerta, contudo, que o processo de aumento do emprego industrial em 2006 "tem sido absolutamente heterogêneo".

Os setores têxtil, calçadista e moveleiro, por exemplo, apresentam quadro de funcionários estável ou em queda. Esses segmentos enfrentam dificuldades de exportações pelo patamar do câmbio.

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