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Enfraquecida pelo tombo na produção, a indústria fechou postos de trabalho pelo terceiro ano consecutivo. O contingente de assalariados recuou 3,2% em 2014, no pior resultado desde 2009, quando a crise econômica mundial produzia seus efeitos mais agudos. Em São Paulo, principal parque industrial do país, a queda foi ainda mais intensa. O número de trabalhadores caiu 4,3%, na maior redução já registrada pela região em toda a série, iniciada em 2002.

INFOGRÁFICO: Veja o total de trabalhadores empregados nas indústrias do Brasil em 2014

Na avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a menor confiança dos empresários em uma recuperação sólida da atividade produtiva tem encorajado as demissões, antes adiadas em razão dos custos financeiros e de treinamento envolvidos. "Em 2014, ficou claro que essa 'relutância por não desempregar' não existe mais."

As perdas não ficaram restritas à indústria paulista. No ano passado, apenas Pernambuco dentre todos os 14 locais pesquisados não registrou demissões. Ainda assim, o resultado foi uma alta de apenas 0,1%. Já entre as atividades, 16 dos 18 ramos investigados cortaram postos de trabalho, com destaque para produtos de metal, meios de transporte e máquinas e equipamentos.

"A queda no emprego foi bem generalizada", afirmou o economista Fernando Abritta, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE. "Se a gente olhar o ano de 2014, o emprego industrial foi intensificando as perdas [a cada trimestre]. E o que está por trás é o resultado fraco da produção industrial."

De acordo com o IBGE, a produção diminuiu 3,2% no ano passado, num movimento disseminado entre todas as categorias de uso, mas principalmente em bens de capital e duráveis.

Além das perdas em termos de postos de trabalho, o número de horas pagas e o valor real da folha de pagamento também recuaram em 2014. "Os trabalhadores vinham conseguindo obter reajustes que ao menos recompunham a inflação. Isso agora não está acontecendo. Além disso, temos muitos lay-offs [suspensão temporária de contratos] e férias coletivas", citou Abritta.

Perspectiva negativa

Apesar do saldo negativo no ano, o emprego industrial cresceu 0,4% em dezembro ante novembro, já descontados os efeitos sazonais. O resultado interrompeu uma sequência de oito quedas consecutivas. "Mas de maneira alguma podemos apontar (o dado) como reversão do quadro negativo", frisou Abritta.

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