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O nível de emprego na indústria brasileira subiu 0,4% em setembro, revertendo uma queda de 0,2% registrada no mês anterior. Na comparação com setembro do ano passado, no entanto, o número de empregados ficou praticamente estável (crescimento de 0,1%) e, no acumulado dos primeiros nove meses do ano, o emprego industrial registrou queda de 0,3%. Os dados foram divulgados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na divisão por regiões, a indústria paranaense voltou a ter um dos piores desempenhos entre as 14 áreas pesquisadas pelo IBGE: em setembro, o nível de emprego no estado recuou 1,5% em relação ao mesmo mês de 2005 e, no acumulado do ano, a queda foi de 2,7%. Nas duas comparações, o Paraná só ficou acima do Ceará, do Rio Grande do Sul e da média da Região Sul.

O IBGE também divulgou dados sobre a folha de pagamento real dos empregados da indústria brasileira. Segundo o instituto, o valor cresceu 0,1% de agosto para setembro e 1,8% sobre setembro de 2005. No acumulado de 2006, houve aumento de 0,8% em relação aos primeiros nove meses de 2005, com variações positivas em 11 das 14 regiões pesquisadas. Uma das variações negativas, por sinal, foi do Paraná: a folha de pagamento da indústria do estado caiu 3,5% na comparação com setembro do ano passado e 4,9% no acumulado de 2006.

Entre janeiro e setembro, os setores que tiveram maior redução do nível de emprego no Brasil foram o de calçados e couro, com queda de 13,1%, madeira (-8,8%) e máquinas e equipamentos (-7,6%). Por outro lado, registraram crescimentos expressivos a indústria de combustíveis, com alta de 13,2%, alimentos e bebidas (8,1%) e aparelhos elétricos (5%).

A economista Fernanda Vilhena, do IBGE, explica que a indústria do Paraná e do Rio Grande do Sul puxou para baixo a média nacional. "Setores industriais muito importantes e tradicionais empregadores desses dois estados tiveram desempenhos ruins, e influenciaram fortemente a média geral", diz a economista.

No caso do Paraná, as madeireiras, prejudicadas pela queda da receita com exportações, registraram queda de 18,3% no nível de emprego. Os números do setor de máquinas e equipamentos ainda refletem a crise enfrentada pela agricultura e apontam para queda de 9,9% no nível de emprego em 2006. A indústria de vestuário, por sua vez, reduziu o pessoal ocupado em 9,1%.

"São setores muito vinculados à exportação, que estão sofrendo ou com a queda de renda da agricultura, ou com a desvalorização do dólar", diz o economista Paulo Garcia, professor da Universidade Federal do Paraná. Para ele, um outro fator também colaborou para a estagnação no estado: o baixo incentivo por parte do governo estadual. "A política industrial do Paraná é mais voltada para micro e pequenas empresas, que de fato são grandes geradoras de emprego. Mas elas dependem muito das grandes companhias, até por serem suas fornecedoras. Se as grandes não crescem, as pequenas também saem perdendo", diz Garcia.

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