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O aporte de recursos no BNDES anunciado ontem pelo governo federal para estimular o crescimento e conter uma onda de demissões foi bem recebido pelos empresários paranaenses. Mas existem ressalvas. Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Helio Bampi, os R$ 100 bilhões extras para financiamento são positivos e reforçam o trabalho de efeito anticíclico, minimizando os efeitos da crise econômica no setor produtivo. "Num contexto geral, a medida sinaliza que o governo está preocupado em diminuir o impacto do momento adverso. A disponibilização de linhas de crédito pode aliviar as empresas", avalia.

Bampi ressalta, no entanto, que a elevação de recursos disponíveis para financiamento deve ser acompanhada de outras medidas que garantam vantagens competitivas. "É preciso lembrar que os recurso estará disponível, mas ele só é acessível para quem tem garantias."

O dirigente diz que não aprova o condicionamento da liberação dos recursos federais à geração e manutenção dos empregos. "Há situações em que a empresa tem a necessidade de financiar capital de giro. Nenhuma empresa tem condições de se manter pagando salários se não tem pedidos", justifica.

Ceticismo

O doutor em economia e professor adjunto do Departamento de Economia da UFPR, Luciano Nakabashi, também é contra a medida por considerá-la um incentivo artificial. "Do ponto de vista da eficiência da alocação de recursos públicos, esse sistema pode gerar distorções, já que nem sempre a indústria que demanda o capital pode gerar um número expressivo de empregos diretos", avalia. Nakabashi considera relevante a liberação de recursos federais para o financiamento das empresas, mas considera que o resultado prático dependerá dos setores que vão utilizar esses recursos.

Já o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Sandro Silva, considera este um instrumento útil para incrementar o crescimento da economia e gerar empregos. Esse mecanismo já deveria ter sido lançado antes mesmo da crise."

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