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Do lado empresarial há receio de assumir um otimismo exagerado para a economia. Na indústria, que acumulou mais perdas na crise do que comércio e serviços, contar com o PIB de 2010 nas mesas de negociações de 2009 é o mesmo que "colocar a carroça na frente dos bois". "Estamos vivenciando um 2009 que ainda não saiu da crise, nossas vendas ainda estão entre 12% e 15% menores do que no ano passado. É difícil negociar ganhos acima da inflação com as contas nesse contexto", diz o coordenador do conselho temático de relações de trabalho da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Amilton Stival.

O motivo para tanta incerteza, além da responsabilidade de pagar as contas e fechar o mês no positivo, é a falta de um ambiente que favoreça o planejamento das empresas. Por isso, Stival afirma que o governo precisa participar ativamente – e responsavelmente – das discussões salariais. "O superávit do governo é feito com o aumento constante dos impostos. Ele não tem concorrência, nós temos. A perspectiva natural do empresário sempre é crescer, mas de onde vou tirar a certeza de que vou vender mais em 2010?"

Ainda segundo o industrial, a solução está em uma agenda de longo prazo. "Hoje mais de 38% dos encargos da indústria vai para o governo. Se a economia cresce em um ritmo bom, é preciso que o governo experimente abrir mão de uma parcela da arrecadação, com reduções homeopáticas de 0,5% por ano nos impostos, durante cinco ou dez anos. É isso que vai permitir o planejamento do setor produtivo", diz.

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