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Quem tem acesso à internet no ambiente de trabalho certamente já se deparou com situações caracterizadas por limites nos percursos do ciberespaço. Verificar as mensagens deixadas por amigos no Orkut, site de relacionamentos ou manter conversas online com o uso de ferramentas como o MSN são ações que, geralmente, não fazem parte dos manuais de boa conduta nos meios de trabalho. Na busca pelo aumento de produtividade e pela segurança virtual, o papel de "feitor" dos funcionários que não conseguem conter os impulsos de baixar um vídeo com conteúdo mais picante ou executar um arquivo que aguça a curiosidade de qualquer mortal cabe, invariavelmente, aos administradores da rede.

A equipe de Ladmir Carvalho, diretor de redes da Alterdata Tecnologia, especializada no desenvolvimento de softwares de automação com sede em Teresópolis (RJ), supervisiona diariamente a forma como os 180 funcionários absorvem o conteúdo do manual de posturas da empresa. Carvalho explica que a Alterdata tem uma política muito clara sobre o uso dos recursos de tecnologia, disponíveis para o desenvolvimento das atividades ligadas ao dia-a-dia da empresa.

- Trabalhamos com a orientação. Percebemos que um dos principais problemas não está diretamente ligado à produtividade dos funcionários, mas à possibilidade de colocar em risco a segurança do ambiente da empresa. Uma simples ação, como baixar um arquivo, pode comprometer horas de produção - explica Carvalho.

Política preventiva

Para evitar a contaminação e adotar uma política preventiva de segurança, a equipe responsável pelo funcionamento da rede na Alterdata instalou, há cerca de três anos, filtros de proteção no servidor de Proxy, que gerencia os acessos à internet e o tráfego de e-mails. Carvalho comenta que este procedimento evitou que os mais curiosos corressem o risco de abrir arquivos recebidos pela internet que pudessem conter códigos maliciosos.

- Sempre há uma resistência, principalmente por parte das equipes mais ligadas a tarefas administrativas. Mas é preciso seguir a cultura da empresa. Temos quadros enxutos, e cada funcionário trabalha muito. Se ele cumprir suas tarefas e ainda tiver tempo para freqüentar sites de relacionamentos, como o Orkut, que não está bloqueado no nosso servidor de Proxy, não há problemas - comenta Carvalho.

Para o diretor técnico do Departamento de Assessoria de TI da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Umberto Tachinardi, é importante adotar uma política de segurança transparente aos funcionários a fim de garantir proteção das informações e reduzir custos operacionais. Tachinardi diz que, quando se impõem determinados limites no acesso dos funcionários à internet, é possível racionalizar o uso de banda, combater ações criminosas (internas e externas) e assegurar comportamentos mais adequados, além de manter questões éticas. Mas como isso é visto por quem está do outro lado da limitação?

- Em geral, as posturas que adotamos na Secretaria são bem aceitas. Um grande contingente dos nossos funcionários afirma desconhecer os riscos e irregularidades no uso da internet - alerta Tachinardi.

Filtragem de conteúdo

Pedro Paulo Oliveira Júnior, diretor de Operações da NetFilter, empresa criada em 2000 com foco em soluções para filtragem de conteúdo em computadores de empresas, chama a atenção para o crescimento da preocupação com a segurança nos ambientes profissionais. O diretor lembra que, no início das atividades da NetFilter, menos de 10% das empresas que eram contatadas tinham alguma perspectiva de investimento em procedimentos de segurança. Hoje, segundo Pedro Paulo, esse percentual subiu para 70%.

- A cultura de segurança no Brasil ainda é tímida se comparada a outros países da América Latina como Colômbia, Costa Rica e Panamá, mas este panorama vem se alterando a cada ano. No caso das empresas, as políticas de segurança precisam ser respaldadas por ações dos departamentos de Recursos Humanos, que podem ajudar os funcionários a compreender por que é tão importante assumir determinadas posturas preventivas - explica o diretor da NetFilter.

Nas empresas em que há uma política de segurança estabelecida quanto ao acesso dos funcionários à internet, as reduções de custos são imediatamente comprovadas, segundo Pedro Paulo Oliveira Jr. O diretor da NetFilter comenta que, ao estabelecer algum tipo de limitação, é possível verificar uma queda, em média, de 40% do consumo da banda.

- Muita gente ignora, mas baixar arquivos com música, vídeos e usar programas como o eMule compromete muito o desempenho da rede numa corporação. Não é raro termos um cenário em que dez funcionários baixando simultaneamente arquivos dessa natureza podem saturar um link de 4Mbps, que custa cerca de R$ 3 mil por mês - exemplifica.

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