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Previsões pessimistas sobre uma inflação maior contaminam vários setores da Região Sul, desde a indústria têxtil e de papel até o setor automotivo e de serviços | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
Previsões pessimistas sobre uma inflação maior contaminam vários setores da Região Sul, desde a indústria têxtil e de papel até o setor automotivo e de serviços| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Lucratividade

Maioria planeja investir nos próximos cinco anos

Apesar da pressão dos preços e do crescimento baixo, a maioria das empresas espera aumentar seu mercado e sua lucratividade em 2014. Entre os entrevistados, 68% pretendem fazer novos investimentos nos próximos cinco anos, mas essa disposição vai depender da redução dos custos, da possibilidade de expansão dos negócios e da qualidade da mão de obra.

Mais de um terço dos empresários planeja aumentar em mais de 10% os investimentos nos próximos anos, principalmente na aquisição de novos equipamentos e instalações, tecnologia e produção. Por outro lado, operações de fusão e aquisições estão fora do radar da maioria das empresas do Sul. Cerca de 66% não têm planos de comprar ou vender seus negócios nos próximos anos.

Pessimismo

A projeção de crescimento para a economia brasileira em 2014 entre os empresários está pior do que em 2009, durante a crise econômica. Na sondagem anterior, apenas 37% previam uma taxa de crescimento inferior a 4%. Agora, 93% dos entrevistados projetam uma evolução máxima de 3% em 2014.

Os empresários do Sul projetam mais inflação para os próximos meses e a grande maioria (79%) vai aumentar preços em 2014. Desses, 87% vão fazer reajustes de até 10% nesse ano, segundo a 4.ª Sondagem Empresarial "A Força do Sul", elaborada pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), que deve ser divulgada hoje em Curitiba

INFOGRÁFICO: Empresários preveem ano com inflação alta e reajuste de preços

A pesquisa, que ouviu 80 empresas na região – a maioria de grande porte, entre janeiro e fevereiro desse ano –, aponta que 51% acreditam que a economia vai crescer o mesmo que no ano passado, mas há uma preocupação com a escalada dos preços.

Para 84% dos entrevistados, a taxa de inflação anual vai ficar acima do centro da meta, de 4,5%, e pode até estourar o teto, de 6,5%. Para esse grupo, os reajustes devem ficar entre 5% e 7% em 2014 . Para os empresários, o controle da inflação (26,3%), junto com investimentos em infraestrutura (26,3%) e redução da carga tributária (20%) deveriam ser prioridade para o governo em 2014.

"Os empresários preveem uma inflação maior e acreditam que terão que repassar o aumento dos custos, mas eles vão aumentar os preços apenas se a inflação subir ", diz Carlos Alexandre Peres, sócio da PwC.

A expectativa de uma inflação maior contamina a maioria dos setores. Segundo a sondagem, indústrias como a têxtil, de papel e celulose, e metalúrgica têm a maior proporção de empresas que planejam fazer reajustes, com 28,8%. O agronegócio vem em seguida, com 17,5%, o automotivo e os serviços, com 9,5% cada, e os varejistas e produtos de consumo, com 6,4%.

A sondagem não levantou onde estão as principais pressões de custos das empresas, mas segundo Peres, a inflação alta é resultado da falta de investimentos em infraestrutura e da ausência de uma reforma tributária nos últimos anos, além da perda de produtividade das empresas.

Ano morno

A percepção geral é que 2014 será um ano sem grandes novidades, em função da Copa do Mundo e das eleições. Para a maioria (53%), a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser entre 2% e 3%. Entre os entrevistados, 51% vão manter o número de funcionários.

"Já 2015 deve ser um ano difícil, em que serão necessários ajustes por parte do governo em fazer reformas e reduzir o peso da máquina pública, com crescimento mais baixo, entre 1,7% e 2%", diz Peres. Alguns setores já estão desacelerando, como automotivo e de construção, lembra. "O agronegócio por sua vez, tem visto suas margens serem engolidas pelos aumentos de custos, principalmente de logística", diz.

Logística segue como principal entrave no Sul

As dificuldades de infraestrutura, principalmente na área rodoviária, são os principais problemas da Região Sul, na avaliação de 40% dos empresários entrevistados na sondagem da PricewaterhouseCoopers (PwC). Além disso, eles avaliam que incentivos fiscais limitados (38%) e custos maiores (33%) são desvantagens dos três estados em relação às demais regiões.

Em seguida, vêm regulamentação do meio ambiente e a carga tributária. "Há uma preocupação com a dificuldade para escoar a produção. As rodovias são ruins, a ferrovia opera no limite e os portos não têm estrutura para atender à demanda. Isso se traduz em custos maiores para as empresas", afirma Carlos Alexandre Peres, sócio da PwC.

Prioridades

Para os empresários, investir em infraestrutura (83%), educação e formação profissional (68%) e desenvolver política de incentivos fiscais para atração de investimentos (39%) deveriam ser prioridades dos governos estaduais.

Para 41% dos entrevistados, a economia do Sul vai crescer na mesma proporção do restante do país, mas 35% acreditam que a região terá um desempenho superior, puxados pelos setores de agronegócio, automotivo e construção civil. Entre as principais vantagens da região, na avaliação dos empresários, são qualidade de mão de obra e de vida, localização e poder aquisitivo da população.

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