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Não bastasse o aumento dos encargos na conta de luz, algumas empresas também estão lidando com o fim dos contratos de energia com as geradoras. Na década passada, quando o mercado livre se popularizou, companhias de vários portes deixaram o ambiente regulado das distribuidoras, onde as tarifas estavam nas alturas, para se tornarem consumidores livres.

Nesse ambiente, eles podiam negociar diretamente com o gerador contratos de longo prazo a preços mais atraentes para garantir a competitividade da empresa.

Mas, com a atual crise hídrica aliada ao rombo das distribuidoras, que, depois da renovação das concessões, ficaram sem contratos para atender seus clientes, os preços no mercado à vista explodiram e a oferta de energia secou.

Empresas que tinham contratos vencendo no ano passado ou neste ano passaram a viver um dilema. Para fechar outro contrato, têm de aceitar um valor elevado por cinco ou dez anos, correndo o risco de no ano que vem chover bastante e o preço da energia no mercado à vista despencar, diz o sócio da CMU Energia, Walter Fróes.

Por outro lado, se não fecharem contrato, terão de ir ao mercado à vista e pagar R$ 388 o megawatt-hora (MWh), além de algumas penalidades. "O mercado está com pouca disponibilidade de energia. Quem tem está pedindo preço mais alto que o PLD (preço do mercado à vista, em R$ 388)", diz o sócio da Enecel, Raimundo Batista.

Segundo ele, muitas empresas estão no mercado spot por não conseguir um novo contrato. Para baixar o consumo, estão reduzindo a produção e podem até fechar unidades, destaca Batista.

Outro efeito da crise e dos altos preços é que algumas empresas que tinham contrato de longo prazo optaram por vender a energia no mercado spot, reduzir a produção e embolsar o dinheiro. Exemplo disso é que em 2014 o consumo do mercado livre caiu 10%.

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