Até 2018, setor fotovoltaico pode gerar entre 20 mil e 60 mil oportunidades de trabalho no Brasil.| Foto: Bigstock

Até 2020, 340 mil empregos diretos e indiretos podem ser gerados no Brasil pelo setor de energias renováveis. O volume de novos postos de trabalho teria condições de ser alcançado apenas pelos setores solar e eólico, segundo previsões da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

CARREGANDO :)

LEIA MAIS sobre Energia e Sustentabilidade

Entre 20 mil e 60 mil empregos na área fotovoltaica serão criados dentro de quatro anos, acompanhando o crescimento do mercado. Segundo a associação do setor, para cada megawatt instalado por ano, são geradas entre 25 a 30 novas vagas. Para a ABEEólica, as perspectivas são ainda mais otimistas: a entidade estima o alcance de até 280 mil novos postos no setor eólico em todo o país. Somente em 2016, o índice pode chegar a 45 mil oportunidades. Nesse mercado, a cada megawatt instalado anualmente, 15 novas vagas são criadas.

Publicidade

A construção de novos parques solares e eólicos no país, aprovados a partir de leilões de energia elétrica organizados com frequência pelo governo federal, é uma das razões para a expansão. Nas duas áreas, as principais atividades estão relacionadas, em ordem de maior predominância, a funções de instalação, fabricação, desenvolvimento, venda, distribuição e manutenção dos equipamentos.

Mercado eólico

Segundo a ABEEólica, a capacidade instalada de geração energética a partir do vento no Brasil está em 9,41 gigawatts. A porção é distribuída em 375 parques eólicos, que operam ou estão em fase de testes, instalados em diferentes estados. Em poucos anos, o país subiu cinco posições no ranking global de geração eólica. Hoje, ocupa o 10º lugar em capacidade instalada. Em 2013, ficava em 15º. De acordo com a associação, somando outros 376 parques que vão entrar em operação ou ser construídos até 2019, novos 9,07 gigawatts devem ser instalados. Em resumo, se as previsões se confirmarem, até o fim desta década, o Brasil passa a contar com 18,5 gigawatts de potência eólica acumulada em sua matriz elétrica. O volume, além de fornecer as milhares de oportunidades de trabalho previstas em diferentes setores da cadeia produtiva, é capaz de atender o consumo energético de 93 milhões de brasileiros, ou 31 milhões de residências com consumo médio de 167 kWh/mês.

7,7 milhões de pessoas

já trabalham em todo o mundo na indústria de energia renovável. O índice é 18% maior em relação aos 6,5 milhões que ocupavam cargos no setor em 2014. Os dados são de um relatório da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena) e consideram empregos nos setores eólico, solar, hídrico, de biomassa, biocombustível, biogás e geotérmico.

Setor fotovoltaico

O mercado solar, apesar de ser hoje responsável por apenas 0,02% da produção total de eletricidade no país – ou 0,027 gigawatts – também deve crescer. De acordo com a ABSOLAR, até 2018, as instalações de novas usinas solares em território nacional vão somar 3,3 gigawatts de potência instalada, fato que resultará em 20 mil a 60 mil oportunidades de trabalho.

Veja também
  • Fim de era das hidrelétricas desafia setor energético
  • Itaipu usa bateria gigante para levar energia a locais isolados
  • Tesla adianta em dois anos abertura de mega fábrica de carros elétricos
Publicidade

Para Rodrigo Lopes Sauaia, diretor executivo da associação, projetos fotovoltaicos podem ser desenvolvidos em qualquer parte do país e têm tudo para contribuir com a dinamização e o reaquecimento da economia nacional. “Vivemos um momento emergente do setor, mas, dentro de alguns anos, com mais domínio da tecnologia, profissionalização do setor e aumento da demanda fotovoltaica, vamos aproveitar uma maturidade maior. A quem estiver preparado, o mercado vai fornecer boas oportunidades”, indica.

Para isso, contudo, investimentos e apoio público continuam indispensáveis. “O Paraná ainda não aderiu ao convênio ICMS 16/2015, que isenta do pagamento de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] o consumidor que conta com um sistema solar instalado em sua residência ou empreendimento. Se a expectativa do Estado é aumentar o acesso à tecnologia e incentivar a geração de empregos no setor, precisa estar atento à necessidade de fazer a adesão”, comenta Sauaia. Hoje, 16 entre os 27 estados brasileiros contam com a isenção.

Remuneração

Desde 2014, quando as tarifas energéticas viveram um aumento expressivo, a Blue Sol, que fornece produtos, soluções e cursos em energia solar viu a procura pelos serviços que oferta crescer significativamente. Em pouco mais de quatro anos, desde que passou a formar profissionais aptos a conhecer, projetar e instalar módulos solares, a empresa estima que cerca de cinco mil pessoas já tenham sido capacitadas para trabalhar em diferentes áreas do setor.

“São profissionais com formações variadas, que passaram a ver na energia fotovoltaica uma oportunidade de mercado e até a chance de ter o próprio negócio”, conta Nelson Colaferro, diretor da Blue Sol. Segundo ele, a remuneração média dividida entre uma equipe formada por duas ou três pessoas que domine o processo de instalação de um sistema em uma residência, por exemplo, pode ficar entre R$ 6 mil e R$ 8 mil. Já a de um projetista que desenvolva estruturas de pequeno a médio porte, entre R$ 2 mil a R$ 4 mil.