• Carregando...

Brincar em serviço é o lema para profissionais que abraçam a causa de ajudar pessoas de todas as idades a se expressar. Desde que chegou ao país, em 1983 – ano de fundação da Associação Brasileira de Brinquedotecas –, o trabalho nessas entidades aos poucos ganha terreno.

Ao contrário do que possa parecer, a criança (ou mesmo adulto, por que não?) que passa tempo em um espaço desses não está apenas se divertindo. Com a orientação de um profissional, ela escolhe brincadeiras que serão interpretadas como reflexo de necessidades às vezes reprimidas.

"Uma criança que presenciou um assassinato terá dificuldade de falar sobre o assunto, mas poderá se expressar pela brincadeira", explica Ingrid Cadore, coordenadora da Serpiá, associação que organiza um curso de formação na área entre 16 e 20 de julho.

Para profissionais com grande sensibilidade, da área de humanas ou com atuação clínica, por exemplo, a especialização em brinquedotecas funciona como um complemento à formação original. "Ampliei meu repertório teórico e prático de brincadeiras e minha satisfação com o trabalho", diz a psicóloga Karine Vicelli, de 27 anos, que atua como brinquedista na Serpiá. O ganho financeiro não é alto. Para uma jornada de 20 horas semanais na brinquedoteca, ela recebe cerca de R$ 400.

As brinquedotecas podem ser instaladas em escolas, clínicas, hospitais, comunidades ou atender crianças com necessidades especiais. Em unidades de saúde com pediatria de internação, a instalação do espaço é lei desde 2005.

Em escolas, além de permitir à criança o resgate da brincadeira livre – cada vez mais difícil –, o espaço pode atender alunos em processo de aprendizagem por meio de jogos matemáticos ou de alfabetização, por exemplo. "Também é possível oferecer atendimentos às crianças que apresentem dificuldades escolares", explica a professora Simone Cardoso, que ministra duas disciplinas ligadas ao assunto na Unicenp.

Na Serpiá, o espaço é uma das ferramentas terapêuticas para auxiliar 120 crianças de baixa renda em situação de sofrimento psíquico. "A formação é obrigatória – ou deveria ser – para todo profissional que deseje atuar com essa ferramenta", diz Ingrid.

Serviço: Formação de Educadores Brinquedistas e Organização de Brinquedoteca. Data: 16 a 20 de julho. Local: Escola Anjo da Guarda. Inscrições: (41) 3015 2045 ou www.serpia.org.br.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]