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Depois do álcool, agora é o preço do açúcar que está subindo por causa da entressafra no setor de cana-de-açúcar. Nos últimos dois meses, o valor cobrado por um pacote de 5 quilos do produto subiu cerca de 20%, de acordo com um levantamento do Disque Economia, da prefeitura de Curitiba. O preço médio da embalagem de 5 quilos da marca mais barata de açúcar cristal nos supermercados da capital, por exemplo, saltou de R$ 5,64 no início de dezembro para R$ 6,75 nesta semana.

A doceira Aurora Santos Ferreira, que trabalha no ramo há quase uma década, notou o aumento e diz que teve de repassar parte dos gastos adicionais para os clientes. Os doces de Aurora subiram, em média, 5%. Ela gasta 100 quilos de açúcar por mês. "Tivemos que subir os nossos preços porque muitos produtos subiram no começo do ano, como o açúcar e o leite condensado", conta.

As grandes confeitarias, por enquanto, não devem repassar a alta dos preços do açúcar para o consumidor, segundo o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Paraná. "Cada confeitaria tem sua composição de preços, e alguns itens devem subir. Mas não acredito numa onda de aumentos, já que o preço do açúcar deve cair nos próximos meses", diz o presidente do sindicato, Joaquim Cancela Gonçalves.

A confeitaria Valbella, que produz 7 mil docinhos por mês, pretende segurar os preços por enquanto. "Só sentiremos a alta em fevereiro, pois ainda temos estoque do produto comprado no começo de dezembro", diz a gerente de compras Juliana Cintra. A Valbella gasta, em média, 700 quilos de açúcar refinado por mês. O preço do refinado no fornecedor da confeitaria passou de R$ 1,19 por quilo em dezembro para R$ 3,16 por quilo em janeiro.

O economista Cid Cordeiro, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), diz que o preço do produto deve continuar subindo. "A redução só deve acontecer em março e abril com o início da safra", analisa. Segundo ele, a cotação do produto foi pressionada pela entressafra e pela valorização no mercado internacional. O presidente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena, confirma que há uma pressão temporária sobre os preços. "Quando o álcool sobe, sobe o açúcar, pois são produtos da mesma origem", diz. Mas ele afirma que não haverá novos aumentos em 2006, já que a área plantada com cana cresceu 10%.

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