Uma entrevista concedida pelo diretor de Política Monetária, Mário Torós, ao jornal Valor Econômico abriu uma crise no Banco Central (BC). A entrevista provocou polêmica porque tratou de temas sensíveis ao banco. Responsável pela administração de mais US$ 230 bilhões em reservas internacionais e pelas operações no mercado de câmbio, Torós descreveu bastidores da atuação do BC durante a crise, nomes de bancos que sofreram saques e o ataque especulativo contra o real.

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Torós já havia manifestado interesse em deixar o BC. Agora sua saída deverá ser apressada, segundo fontes de mercado. Segundo as fontes, Torós desrespeitou a hierarquia ao tratar de temas que dizem respeito ao presidente do banco, Henrique Meirelles, e revelou informações que não são públicas.

O interesse de Torós, ainda de acordo com essas fontes, teria sido chamar a atenção para seu papel no enfrentamento da crise, num momento em que define seu futuro profissional. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do BC informou que Torós não iria comentar a reportagem.

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Segundo a entrevista, em outubro de 2008, o Brasil viveu uma corrida bancária. Em poucos dias, R$ 40 bilhões migraram dos pequenos e médios bancos para as grandes instituições. Segundo Torós, empresas e bancos perderam US$ 10 bilhões por apostas malsucedidas no mercado futuro e um grande fundo de investimentos estrangeiro usou US$ 5 bilhões para especular contra o Brasil - o jornal cita o americano Moore Capital Management.

A reportagem cita que os bancos Votorantim e Safra sofreram saques. A suspeita dos clientes era que o Votorantim poderia ter sofrido com os derivativos financeiros do grupo e o Safra por ter ações da Aracruz. Posteriormente, o Banco do Brasil comprou 50% do banco Votorantim.

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